segunda-feira, 13 de abril de 2015

A atuação do Fisioterapeuta na Patologia de Parkinson



A doença de Parkinson é uma doença progressiva com um quadro clínico rico em sintomas que se não tratados, tornam o paciente dependente. O indivíduo portador desta patologia apresenta uma alteração da postura, um déficit progressivo de equilíbrio e coordenação, tremor, rigidez, uma marcha alterada, bradiciesia, e em estados mais avançados pode apresentar déficits de atenção e aprendizagem, entre outros.
 
No estágio final da doença o indivíduo eventualmente torna-se preso à cadeira de rodas.

Também nesta fase, o paciente pode ficar confinado ao leito por uma deformidade em flexão de tronco.
 
Uma complicação séria desta patologia é a broncopneumonia devido a diminuição da mobilidade torácica.
 
A grande maioria dos pacientes com doença de Parkinson apresentam depressão. Estes indivíduos passam a maior tempo no leito, diminuindo a mobilidade, acelerando o processo de rigidez e dependência.
 
A terapêutica para a doença de Parkinson (D. P.) está atualmente voltada para o uso de medicamentos, cirurgias e a atuação de profissionais da reabilitação como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, sendo que não existe cura para a D. P., uma vez que as células do cérebro não se regeneram (CASTRO; CAMMARANO, 2000).
 
A fisioterapia exerce um papel fundamental no tratamento de indivíduos com doença de Parkinson. Embora a D.P. seja de caráter degenerativo, a intervenção fisioterapêutica torna-se de suma importância para amenizar e conduzir o paciente a um quadro de melhora do estado físico, principalmente nas limitações funcionais de rigidez, bradicinesia ou acinesia e comprometimento dos reflexos posturais causados pela doença, efetuando na manutenção ou aumento das amplitudes de movimento, prevenindo contraturas e deformidades, melhora de equilíbrio, marcha, coordenação, prevenção de fraqueza por desuso, resistência, manutenção da função pulmonar e auto-cuidado (CASTRO; CAMMARANO, 2000). O tratamento iniciado precoce e continuado no decorrer das fases da doença, retarda a incapacidade de realizar as atividades de vida diária (PELISSIER; PERENNOU, 2000).
 
Numa pesquisa realizada por VILIANI et al (1999) num período de 5 semanas consecutivas, com 20 pacientes com doença de Parkinson, observou-se no final do tratamento uma melhora considerável de todos os pacientes, resultando numa facilitação da realização das atividades diárias destes.
 
Antes de iniciar o tratamento, é necessário realizar uma avaliação globalizada do paciente, enfocando o grau de rigidez e bradicinesia e o quanto esses sintomas interferem nas atividades da vida diária. Abordar desde o sistema musculoesquelético ao cardio-respiratório, não esquecendo do aspecto psicológico (MELO, 2002). A partir de uma avaliação global, deve-se estabelecer as metas a curto e longo prazo (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993).
 
É importante enfatizar técnicas de relaxamento para o paciente com D. P. antes de dar início às terapias, sendo seguido de alongamentos. Para diminuir a rigidez é importante relaxar a musculatura do paciente (CASTRO; CAMMARANO, 2000). O relaxamento pode ser conseguido com balanceio lento e cuidadoso, envolvendo rotação dos membros e tronco, seguindo uma progressão distal para proximal, já que os músculos proximais são com freqüência mais envolvidos que os músculos distais, podendo também fazer uso da terapia aquática Shiatsu e Yoga para se chegar a este fim (MELO, 2002). Pode ser usado um balanço suave e técnicas rítmicas que enfatizam a estimulação vestibular lenta, na produção de um relaxamento generalizado da musculatura de todo o corpo. Uma cadeira de balanço ou cadeira giratória pode propiciar uma ajuda efetiva na redução do tônus e na melhora da mobilidade. A posição de cabeça para baixo, em decúbito ventral sobre um banquinho ou bola grande, pode produzir um relaxamento generalizado através da depressão dos centros medulares (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993).
 
Tendo sido conseguido a diminuição da rigidez através do relaxamento, o movimento pode ser iniciado, devendo este ser amplo e em toda a sua amplitude. Como com as técnicas de relaxamento, é mais fácil começar com movimentos distais primeiro e gradualmente aumentar o movimento, indo para os músculos proximais e tronco. A posição sentada é boa para se começar, podendo começar com um balanço de braços aumentado sempre a amplitude (UMPHRED, 1994).
 
A rigidez acaba por afetar também as fáscias, tensionando estas, ocorrendo bloqueios e estases. Através da pompagem, que consiste em manobras de manutenção de tensão de um segmento e depois de descompressão, ocorre uma diminuição desta tensão, liberando os bloqueios e estases. Os movimento de tensão e descompressão devem ser o mais lento possível (BIENFAT, 1997).
 
A fisioterapia pode melhorar a capacidade de iniciar movimentos e aumentar a excursão de todos os movimentos, particularmente os de rotação e extensão, que na maioria das vezes está diminuído. Isto porque os pacientes muitas vezes perdem a amplitude de movimento por causa dos tremores, bradicinesia e rigidez. Exercícios de amplitude de movimento podem incluir alongamento passivo, assistência ativa e exercícios de facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) (DELISA, 1992).
 
Segundo CASTRO e CAMMARANO (2000) a utilização do alongamento como recurso para manter ou melhorar as amplitudes de movimento e funcionalidade das AVD´s é importante no tratamento de pacientes com esta patologia. A resistência ao alongamento está presente em todas as velocidades de alongamento, ao contrário da espasticidade, em que a resistência depende da velocidade. O alongamento excessivo também pode causar a dilaceração do tecido, formação de cicatrizes, e então mais encurtamento (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993). A terapia pode incluir exercícios de cintura escapular, alongamento de membros superiores e tronco com um cabo de vassoura. Os membros superiores e ombros também podem ser exercitados com uma polia para melhorar a amplitude de movimento (DELISA, 1992). Ocorre perda da mobilidade pélvica, sendo então recomendado a realização de dissociação pélvica (KAUFFMAN et al, 2001)

O uso de estimulação verbal, auditiva e táctil propicia reforço sensitivo e ajuda a aumentar a percepção dos movimentos por parte do paciente (MELO, 2002).
 
A PNF é uma técnica de abordagem global que envolve procedimentos de facilitação, necessárias para ajudar os pacientes a atingir uma função motora eficiente. Os objetivos que podem ser alcançados com a PNF são a iniciativa motora, aprendizagem de um movimento, modificação da velocidade do movimento, aumento da força muscular, aumento da estabilidade, aumento da coordenação e controle, aumento da resistência, aumento da amplitude de movimento, relaxamento muscular e diminuição da dor (ADLER; BUCK; BECKERS, 1999).
 
De acordo com esta técnica o movimento funcional é composto por padrões de movimento em massa dos membros e dos músculos sinérgicos do tronco. As combinações dos músculos sinérgicos formam os padrões de facilitação em PNF. Estes padrões combinam movimentos nos três planos (sagital, frontal e transversal). Os padrões dos membros superiores são usados para tratar disfunções utilizadas por fraqueza muscular, incoordenação e limitações articulares.

As diagonais do membro superior são duas: flexão-abdução-rotação externa e extensão-adução-rotação interna; flexão-adução-rotação externa e extensão-abdução-rotação interna. As diagonais de membro inferior são usadas nos mesmos casos que as do membro superior, sendo duas: flexão-abdução-rotação interna e extensão-adução-rotação externa; flexão-adução-rotação externa e extensão-abdução-rotação interna (ADLER; BUCK; BECKERS, 1999).
 
O treinamento de transferência deve focalizar as atividades que espera-se que o paciente realize. Devem ser consideradas, no mínimo, a mobilidade no leito e transferência para uma cadeira e idas ao banheiro (KAUFFMAN et al, 2001). O rolamento é uma atividade problemática, que deve receber ênfase precoce e intensivamente no curso do tratamento. O rolamento ativo pode ser facilitado pela rotação segmentar em decúbito lateral. Uma vez que seja atingido o controle do decúbito lateral, poderá ser praticado o rolamento desde a posição de decúbito ventral completo para decúbito dorsal, e inversamente. Padrões de cabeça e pescoço também podem ajudar, particularmente a extensão com rotação (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993).
 
Outro objetivo a ser alcançado é a manutenção da força muscular. A cadência da resistência precisa ser bastante gradual, permitindo tempo para que o paciente desenvolva força em um grupo de músculos antes de aumentar a resistência e depois fazer as mudanças de direção. Se não for dado tempo suficiente, o terapeuta irá reforçar os padrões já anormais de atividade dos motoneurônios (UNPHRED, 1994).
 
É importante estimular as reações de equilíbrio para fornecer ao paciente uma sensação de como readquirir equilíbrio para regular os movimentos. As atividades que estimulem a transferência de peso com movimentos corretos de cabeça e tronco levam a uma melhora na capacidade do paciente readquirir equilíbrio quando houver mudança no centro de gravidade.

Uma boa postura requer um bom controle de cabeça e equilíbrio. No doença de Parkinson há uma tendência para ocorrer flexão geral, sendo necessário dar ênfase em exercícios de extensão e alongamentos dos músculos peitorais. Os exercícios posturais devem ser realizados em frente a um espelho. Os exercícios em extensão também auxiliam na prevenção de contraturas em flexão de tronco (DELISA, 1992). Também devem ser realizadas atividades de sentar-levantar, rotação ativa de tronco nas posições senta e em pé, para melhorar as reações de endireitamento e equilíbrio (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993).
 
O treinamento de equilíbrio deve incluir a prática em várias velocidades, bem como deslocamentos auto-induzidos e externos. Os deslocamentos auto-induzidos são necessários para ajudar o paciente em tarefas como inclinar o corpo, agarrar objetos e vestir-se. Os deslocamentos de origem externa podem ser realizados quando o paciente estiver caminhando em uma multidão ou estiver tentando andar em terreno irregular ou estranho (KAUFFMAN et al, 2001).
 
Através de uma abordagem fisioterapêutica ampla, um dos principais objetivos que deve ser buscado é a prevenção de quedas, que são freqüentes nos indivíduos com esta patologia (PELISSIER; PERENNOU, 2000). Para a prevenção de quedas é importante a realização de exercícios de equilíbrio, estimulação sensorial e atividades que estimulem a concentração e atenção do paciente. As quedas também são decorrentes das alterações posturais e rigidez, sendo fundamental trabalhar estes (KEMOUN; DEFEBVRE, 2001).
 
Para os tremores, não há tratamento específico. É importante que o paciente tenha consciência que o relaxamento e ausência de ansiedade, esforço e estresse, levam a uma diminuição dos tremores. Algumas vezes, a sustentação de peso sobre um membro inferior trêmulo pode causar uma redução temporária do tremor (DELISA, 1992).
 
Para melhorar a coordenação do paciente é recomendo os exercícios de Frenkel. Este tipo de exercício aumenta a capacidade do paciente de colocar o pé de maneira precisa durante o ciclo de marcha e alcançar objetos de forma também precisa (DELISA, 1992; MELO, 2002).
 
Exercícios respiratórios também são recomendados com os objetivos de aumentar a mobilidade da parede torácica e melhorar a ventilação pulmonar, devido à conseqüência secundária de queda na expansão torácica, que estão diminuídas em decorrência de rigidez dos intercostais e das posições de flexão e flexão-adução do tronco e membros superiores. O consumo energético encontra-se aumentado, e freqüentemente há hiperpnéia secundária ao maior esforço muscular requerido para a respiração normal. Pode-se realizar a respiração em tempos com uso do bastão para membros superiores, enfatizando a respiração diafragmática e a expansão torácica basal, realizando o alinhamento corporal em pacientes cifóticos (MELO, 2002). Pressão e contatos manuais podem ser usados para a ênfase das áreas de pouca expansão torácica. O controle da respiração pode ser grandemente facilitado pelo uso de estímulos tácteis e verbais (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993).
 
A bradicinesia, rigidez e tremor geralmente levam o paciente a ter disartria e uma dificuldade em realizar expressões faciais. Os movimentos da língua e mandibulares são limitados e o paciente também pode apresentar dificuldade para deglutir (DELISA, 1992).
 
O paciente com D.P. pode sentir-se frustrado devido à perda de sua independência para realizar atividades normais, e esta frustração leva ao recolhimento social. Este isolamento pode estar associado ao envolvimento facial - a típica face em máscara (KAUFFMAN et al, 2001). É importante realizar exercícios de mímica facial, como por exemplo: movimentos de abertura e fechamento da boca e de mastigação, combinados com o controle do pescoço; movimentos de sorrir, franzir as sobrancelhas, fazer bico, abrir e fechar os olhos, soprar um canudo ou um apito, fazendo uso de um espelho para proporcionar feedback visual (MELO, 2002). A rigidez pode ser melhorada pedindo-se ao paciente para cantar ou ler em voz alta com movimentos forçados dos lábios e língua, praticar a fala em frente a um espelho e dar ênfase a movimentos faciais exagerados durante a recitação do alfabeto ou contagem de números. Movimentos da língua são importantes e exercícios para fortalecê-la podem ser iniciados para auxiliar a retração, protusão, lateralização, elevação e depressão. Pode-se fazer resistência com o dedo contra os movimentos da língua, também empurrá-la contra a bochecha, céu da boca e contra o lábio inferior (DELISA, 1992).
 
Os movimentos normais de marcha precisam ser recíprocos e bilaterais. Nesta patologia os movimentos recíprocos muitas vezes estão diminuídos, sendo que o fisioterapeuta deve dar ênfase à dissociação durante a marcha (DELISA, 1992).
 
O trabalho de marcha busca suplantar uma deambulação festinada e arrastada, mau alinhamento postural, e reflexos posturais defeituosos, com base em propiciar o alongamento da passada, a amplitude da base de sustentação, e o aumento dos movimentos contralaterais do tronco e da oscilação dos braços, para que seja encorajado um padrão de marcha desde o calcanhar até os dedos, para o incremento das reações posturais, e para que se propicie um programa de deambulação regular (MELO, 2002). Usando uma bengala ou um bastão, pode-se assistir ativamente a dissociação de cinturas enquanto o paciente caminha. Os movimentos passivos iniciais de membro superior estimulam alguma rotação do tronco, e conseqüentemente passos maiores. Marcações no chão podem auxiliar na estimulação visual e estimulam passos mais longos e andar sobre obstáculos estimulará a sustentação de peso sobre um pé, passos com maior objetivo e confiança ao caminhar. Também pode ser usada música para ajudar o paciente a readquirir movimento rítmico (DELISA, 1992).
 
Deve-se treinar o caminhar de frente, de costas, de lado. Devem ser enfatizadas: passadas, partidas, mudanças de direção e tipos de padrão de movimento, trabalhando coordenação dos passos. Com a progressão e evolução do treinamento temos a conduta do treinamento em escadas e rampas (MELO, 2002). Durante a marcha também deve-se adicionar as mudanças de direção, mudanças nos padrões de movimento e atividades de parar e iniciar (UMPHRED, 1994).

O treino de marcha será favorecido por tentativas bem sucedidas de melhorar a postura (KOTTKE; LEHMANN, 1994).
 
A depressão, freqüente nesta patologia, pode ser atenuada com a prática de exercícios. Sessões em grupo servem como um sistema extra de suporte psicológico para os pacientes com parkinson (UNPHRED, 1994). Para a realização de trabalho em grupo, deve-se selecionar pacientes com desempenho semelhante (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993).
 
Os pacientes com doença de Parkinson geralmente tem constipação intestinal, devido a má alimentação, pouca água ingerida ou lentificação da ação muscular dos intestinos, podendo também haver uma intervenção fisioterapêutica (DELISA, 1992).
 
A bola suíça pode ser usada com pacientes que sofrem de doença de Parkinson para desencadear movimentos automáticos por meio do chute, arremesso ou recepção de uma bola, facilitar movimentos com o membro superior e inferior, promover exercícios posturais e treino de equilíbrio e coordenação. O tratamento com a bola suíça pode ser realizado em grupos com seis a oito pacientes, de preferência com a participação dos membros da família. Quando os pacientes estiverem gravemente incapacitados devido ao doença de Parkinson, a bola suíça não é o instrumento mais apropriado (CARRIÈRE, 1999).
 
Outra opção de tratamento para o paciente com doença de Parkinson é a piscina. Esta pode ser muito útil para reduzir a rigidez numa temperatura adequada, facilitando assim o movimento. Na água o caminhar e as trocas de postura também ficam facilitadas (SKINNER; THOMSON, 1985)

Várias são as técnicas que podem ser aplicadas na hidroterapia. O WATSU (shiatsu aquático) é uma das técnicas que promovem o relaxamento muscular e o alongamento de musculaturas encurtadas, melhorando as amplitudes de movimento e trazendo bem-estar geral ao paciente.

Os métodos de Bad Ragaz e Halliwick podem ser empregados para o desenvolvimento de força muscular, para melhorar as amplitudes de movimento e proporcionar um condicionamento físico adequado para os pacientes com a doença de Parkinson. O Bad Ragaz incorpora alguns princípios da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) diferindo no item referente a resistência ao movimento que é obtida pela turbulência e não pelo terapeuta. Os padrões podem ser direcionados para contrações musculares isométricas ou isotônicas. Este método exige uma posição de mãos e manipulação adequada do fisioterapeuta para surtir o efeito desejado. O método Halliwick é baseado nos princípios da hidrodinâmica e no desenvolvimento humano.

Neste método são utilizadas atividades para facilitar padrões de movimento com variação no nível de dificuldade. A conquista da habilidade será alcançada em um programa de dez pontos levando ao condicionamento físico adequado. Além disto, através deste método o paciente melhora sua capacidade nas atividades funcionais pois há uma melhora no equilíbrio e estabilidade postural (MORINI et al, 2002).
 
Numa fase mais tardia da doença, equipamentos adaptativos podem ser usados para auxiliar na alimentação. Se o paciente não tiver coordenação, louças com bordas grande ou anteparos de pratos ajudam a impedir o alimento de escorrer do prato. Os pratos também podem ser mais pesados para impedir que estes se desloquem da mesa. As xícaras podem terá alças grandes para poder ajudar pacientes com má preensão a segurar. Algumas modificações nas roupas podem facilitar o vestir e despir, como por exemplo zíperes de velcro. Barras para segurar no banheiro e ao lado da cama também são úteis. A cama e a cadeira não devem ser baixas demais e o uso de assentos elevados de vasos sanitários pode ajudar a mobilidade. As escadas devem ter corrimões em ambos os lados (DELISA, 1992).
 
O uso de órteses para facilitar a marcha nem sempre é uma boa indicação. Às vezes, o uso de órteses intesifica a marcha festinante ou agrava problemas com o equilíbrio e a coordenação (KAUFFMAN et al, 2001).
 
A mobilidade na cama é outra consideração importante para pacientes com Parkinson. Uma cama firme pode facilitar o ato de levantar e deitar. A maioria dos pacientes relata que lençóis de cetim e pijamas de seda facilitam o movimento na cama. Camas com uma cabeceira que possa ser erguida eletricamente podem ser úteis à medida que a doença progredir (UNPHRED, 1994).
 
Além do tratamento no departamento de terapia, o paciente com D. P. pode também receber um programa domiciliar, que é necessário para encorajar o exercício moderado seja parte do seu dia-a-dia. A fadiga deve ser evitada e os exercícios, tanto em casa quanto durante as sessões, devem ser graduados, de acordo com a capacidade do indivíduo (UNPHRED, 1994).
 
Um ponto fundamental é a orientação da família. O fisioterapeuta deve-se assegurar que a família compreende que períodos prolongados de inatividade devem ser evitados, e sobre as adaptações necessárias para promover mobilidade e funcionalidade ao membro da família com D. P. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993). 

Fonte: FisioWeb

Sessões de fisioterapia ajudam a combater a labirintite



O alívio da tontura e da sensação de desmaio frequentemente associados a labirintite pode vir do tratamento de fisioterapia, mais conhecido por reabilitação labiríntica ou vestibular.  O tratamento pode amenizar ou até mesmo evitar os incômodos sintomas e permitir que o paciente retome as atividades cotidianas.
Para o engenheiro eletricista Severino Bandeira, 41 anos, que há dois anos recebeu o diagnóstico de labirintite, o tratamento à base de exercícios de reabilitação permitiu no controle dos problemas de saúde. Ele enfrentou 18 meses de tratamento com medicamentos até que há seis meses foi orientado a procurar um fisioterapeuta e se submeter à fisioterapia labiríntica.
“Em 2009, quando estava em viagem de trabalho a São Paulo, apareceram os primeiros sintomas da labirintite. Eu estava dirigindo quando comecei a sentir que tudo girava ao meu redor.
Foi uma sensação horrível! Parei o carro, pensando que ia melhorar logo, mas a sensação de tontura demorou. Ao procurar um otorrinolaringologista foram feitos vários exames que constataram a labirintite”, contou Bandeira.
No início do tratamento, segundo Bandeira, os medicamentos não surtiram o efeito esperado. “A vertigem e a tontura persistiram. Eu não pude manter minha rotina. Não conseguia dirigir porque sentia tontura andando de carro e quando estava em crise sentia que tudo girava. Eu ficava tonto durante quase todo o dia. À noite, era comum acordar com a incômoda sensação”, declarou o engenheiro.
O quadro ainda se agravou quando Bandeira passou a sentir dores no peito e durante duas semanas só conseguiu sair de casa na companhia da esposa devido a constante sensação de desmaio e tontura. “A labirintite inabilita a pessoa”, disse o engenheiro ao lembrar das dificuldades.
Por indicação de um otorrinolaringologista, o engenheiro procurou um fisioterapeuta e passou a fazer o tratamento à base de exercícios. A fisioterapia labiríntica ou reabilitação vestibular.
“A fisioterapia labiríntica tem-se mostrado muito eficiente no tratamento de pacientes com desordens do equilíbrio corporal, proporcionando grande melhora na qualidade de vida. Tem sido ainda uma modalidade de tratamento segura e racional para pacientes com desequilíbrio crônico de causas variadas”, explicou o fisioterapeuta Ícaro Buftorff.
Buftorff explica que o tratamento consta um procedimento terapêutico realizado por fisioterapeutas por meio de exercícios específicos e individuais de movimentação ocular, cefálica e corporal, baseados em protocolos experimentados e validados no mundo todo. Para criar a série de exercícios a ser realizada na clínica sob orientação do fisioterapeuta e no ambiente domiciliar, o paciente deve ser avaliado pelo fisioterapeuta.
“Com os exercícios, os pacientes crônicos podem conseguir o alívio da sintomatologia. Em determinados casos, basta uma única sessão para o paciente se ver livre das sensações de tontura, desmaio e vômito, mas é recomendado seguir com os exercícios”, explicou Ícaro Buftorff.
Ainda segundo o fisioterapeuta, o percentual de melhora no tratamento varia, de acordo com a doença ou alteração do sistema do equilíbrio. Atualmente observa-se em protocolos mundiais e na rotina diária uma melhora dos sintomas em torno de 80%.
O engenheiro Severino Bandeira conta que após 10 sessões de fisioterapia, com duração de meia hora, ele se viu livre de tonturas e desmaios. Contudo, ele seguiu praticando as atividades em casa, durante dois meses, quatro vezes por semana.
O fisioterapeuta explicou também que quando os exercícios são aplicados em pacientes jovens os resultados são mais rápidos. “Os idosos frequentemente não suportam os exercícios devido à fragilidade da coluna e do corpo de uma forma geral”, disse Buftorff.

Fonte: PBAlerta

Fisioterapia para o ombro limitado: avaliação e tratamento



A limitação da articulação do ombro é um problema comum e pode ser causada por uma variedade de circunstâncias. Os diagnósticos são frequentemente vagos e insuficientes para permitir o tratamento preciso e orientado. Os fisioterapeutas são regularmente pedidos para aplicar o tratamento, mas nem todos os tipos de limitação são apropriados para a fisioterapia. Será consequentemente necessário avaliar o paciente para "um diagnóstico trabalhável" antes que a terapia possa ser começada corretamente, a menos que uma aproximação puramente sintomática estiver escolhida.

Avaliação

Não há nenhum acordo total em como examinar o ombro. Os testes diferentes foram descritos, mas há uma falta do consenso em como reconhecer e classificar desordens da articulação do ombro. Investigações adicionais são necessárias.

A aproximação de Cyriax oferece um procedimento relativamente simples de exame que, por seu sistema, permite o reconhecimento de testes padrões e de retratos clínicos, típico para cada desordem. Uma história apropriada pode dar a informação importante, mas é principalmente pelo exame funcional que a condição real estará reconhecida. A avaliação inclui 3 testes da elevação para o complexo do manguito rotador do ombro, 3 testes passivos para a junção glenoumeral e 6 testes isométricos para os grupos musculares diferentes. A avaliação é baseada no princípio da tensão seletiva que mostrou ser valiosa.

A dor está no braço

A maioria das condições que afetam as estruturas do ombro causará a dor no braço. A dor é projetada no dermátomo de C5 - que é o aspecto lateral superior do braço e a parte radial do antebraço, da área do deltóide até a base do polegar - porque a maioria dos tecidos no ombro têm uma origem embriogenética de C5. Dependendo da severidade da desordem a dor pode ser experimentada somente no braço ou na extremidade inteira. Porque a área em que a dor é sentida é a mesma na maioria das desordens do ombro, a localização da dor não necessitará de muita ajuda para diferenciar as patologias.

A limitação do movimento do ombro

O movimento do ombro pode tornar-se limitado como resultado das circunstâncias que afetam a coluna cervical, o manguito do ombro ou o ombro próprio. Se a limitação se mostra no movimento ativo somente sua causa deverem se encontrar fora do ombro. A diminuição do movimento passivo, entretanto, tem na maior parte uma origem articular embora os tipos extra-articulares de limitação existam também.
A finalidade deste artigo é discutir os tipos diferentes de limitação no próprio ombro que mostram em um ou mais dos seguintes movimentos do ombro:
- abdução-elevação passiva
- rotação externa passiva
- abdução glenoumeral passiva (com fixação da escapula)
- rotação interna passiva.

As condições capsulares

As condições que afetam a cápsula de toda a articulação, qualquer que seja sua natureza, vão causar a limitação de acordo com "o teste padrão capsular". Isto se apresenta com um grau de limitação em proporções fixas dos três movimentos fisiológicos passivos da junção glenoumeral. Cada junção do corpo tem seu próprio padrão capsular, que é invariável para uma junção dada, mas pode variar de articulação para articulação.
No padrão capsular da junção do ombro o seguinte tipo de limitação é encontrado: rotação externa > abdução > rotação interna.
Quando a etiologia indica uma doença geral (artrite reumatóide) ou um local de afeição, tal como infecção, gota, hemartrose ou tumor, a fisioterapia não será o tratamento escolhido. Somente aquelas circunstâncias onde nenhuma etiologia intrínseca é encontrada serão aproximadas por fisioterapeutas: as capsulites pós-traumáticas, pós-imobilização ou primárias. Estas desordens são classificadas freqüentemente sob o título "ombro congelado". Quando a capsulite é causado pela irritação da articulação, da membrana sinovial, a limitação é causada por uma defesa muscular. Em casos de encolhimento da cápsula fibrosa por estiramento prolongado pode ocorrer como resultado da formação das adesões, principalmente na parte anterior da cápsula e no rebaixo axilar, estes ombros "são congelados realmente".

Os estágios da capsulite

Antes que qualquer tratamento possa ser empreendido, uma plataforma dos estágios da capsulite deve ser feita. Três estágios diferentes são reconhecidos e requerem um tratamento diferente. Uma cápsula comum pode estar muito irritada para suportar o alongamento da capsular ou mobilização e, por outro lado, às vezes um alongamento intenso será necessário a fim de quebrar as adesões que causam a limitação.
Os critérios, necessários para estagiar a capsulite do ombro, são obtidos parcialmente da história e em parte do exame funcional. Três perguntas devem ser feitas:
-Você consegue deitar-se nesse lado à noite? (sim ou não)
-Até onde vai a dor do braço? (abaixo do cotovelo ou não)
-Existe dor ao repouso? (sim ou não).
O end-feel dos movimentos passivos deve ser acessados (espasmo muscular ou elástico) e também o relacionamento entre a dor e o end-feel(o que vem primeiro?).
No estágio 1 o paciente oferece uma resposta negativa às três perguntas ("sim, eu posso se encontrar nesse lado na noite." - "a dor não espalha abaixo do cotovelo." - "não há nenhuma dor no descanso.") e a dor é provocada esticando a extremidade na amplitude possível. O end-feel é ainda elástico e a dor ocorre quando o examinador insiste no movimento. O componente inflamatório é obviamente menor.
Em um estágio 3 a resposta às perguntas é positiva ("No., eu não posso se encontrar nesse lado na noite." - "a dor espalha no braço inteiro". - "a dor é constante.") e no exame a contração muscular involuntária é sentida para parar o movimento. O end-feel é muscular em vez de capsular. A articulação é claramente irritada e inflamada.
O estágio 2 é um estágio transitório: algumas perguntas são positivas. Em um substagio 2a há mais respostas negativas do que positivas, e em um substagio 2b o reverso acontece. O end-feel será o elemento diferencial: o end-feel normal no estágio 2a e no estágio 2b é sentido como um espasmo.

Os tipos de capsulite tratáveis por fisioterapia

Os três tipos os mais comuns de capsulite, que no caso a fisioterapia pode ter uma entrada positiva, são as pós-traumáticas, as pós-imobilização e a capsulite idiopática.

Capsulite pós-traumática

Uma capsulite pós-traumática ocorre em uma população sobre 40 anos de idade e é o resultado de um trauma direto, uma luxação da articulação ou cirurgia recente. Sua evolução normal realiza-se em três períodos de 3-4 meses: primeiramente, o aumento da dor e a limitação ("fase dolorosa"), então a dor diminui, mas a limitação continua ("fase progressiva rígida"). Na última fase a limitação desaparece ("fase definição").
O estágio da capsulite determinará que técnica de tratamento será apropriada. Nos estágios 1 e 2 a distensão da cápsula, combinado com exercícios terapêuticos para manter a mobilidade pode ser aplicado. O alongamento se toma no end-feel do movimento de flexão e é doloroso "pela definição". A intensidade e a duração do alongamento capsular dependem da reação que segue o tratamento. Um critério de 2-3 horas após a dor é um guia bom. O estágio 2b e 3 da capsulite não suportam o alongamento capsular, nem exercícios. Estas medidas irritam a articulação mesmo mais e fariam o tratamento de fisioterapia impossível. A inflamação pode ser inibida por uma série de injeções intra-articular com solução esteróide, mas uma alternativa boa é a técnica articular de decoaptação. É uma técnica extremamente delicada por meio de que a cabeça umeral é separada da superfície glenóidea até que ' o jogo articular' se recupere. Se esta aproximação também irrita, as oscilações manuais com de alta freqüência (vibração) podem inibir os nocisensores estimulando os mecanoreceptores.
A capsulite pós-traumática pode freqüentemente ser prevenida recomendando aos pacientes de meia idade que tiveram um trauma no ombro para manter a articulação mais móvel possível nas semanas seguidas do acidente.

Capsulite pós-imobilização

Todos os pacientes acima de 60 anos que, por alguma razão, tem que manter o ombro imobilizado por um certo período deveria se mobilizado ou ao menos ensinado como manter a articulação em movimento. Esta aproximação ajudará impedir a condição muito dolorosa que pode ocorrer, isto é em pacientes hemiplégicos.
Caso a capsulite já tenha se desenvolvido seguirá a mesma evolução que a capsulite pós-traumática. Conseqüentemente os estágios e a terapia são exatamente as mesmas.

A capsulite monoarticular idiopática

Essa condição freqüente e muito dolorosa afeta na maior parte o paciente de meia idade. Não está ainda claro o que a etiologia exata é, mas diversos investigadores focalizam nas mudanças celulares inflamatórias e na resposta imunológica na cápsula. A evolução natural pode levar muito tempo: evolui em 4 períodos de 3-4 meses cada. Primeiramente, a dor e a limitação se desenvolvem e alcançam um máximo, a seguir a circunstância remanesce sem mudanças por diversos meses depois do qual, nos meses seguintes, a dor gradualmente diminui. Finalmente, após mais do que um ano também a escala do movimento normalizará outra vez.
Porque a circunstância é tão dolorosa o paciente procurará logo a terapia. É importante encontrar em que estágio a capsulite está e somente no estágio 1 o tratamento fisioterapêutico é eficaz. Os outros estágios requerem esteroides. O alongamento capsular e a mobilização não são possíveis, mas somente a decoaptação articular, executado o mais gentilmente possível.

Padrões não capsulares

Quando a limitação do movimento passivo é encontrada nas proporções que não correspondem com ' o teste padrão capsular ' uma condição, com exceção da capsulite, deve ser responsável. O problema pode ser parcialmente capsular, intra-articular ou extra-articular. Um problema capsular parcial ocorre quando as adesões se desenvolvem em uma cápsula que seja danificada previamente. A limitação intra-articular é o resultado do desarranjo interno na articulação. A limitação extra-articular pode se encontrar no manguito do ombro ou na axila.

As adesões na cápsula anterior

Esse pode ser o resultado de um local ou de um trauma mais difuso à parte anterior do ombro. Tende também a desenvolver algum tempo após uma ruptura total do tendão infraespinhoso. Em algumas semanas ou meses à limitação da rotação externa serão encontradas. O grau de limitação é pequeno e em um sentido somente. A avaliação do end-feel mostra perda da elasticidade e do alongamento mais adicionais na dor anterior localizada.
O retrato é que as aderências capsulo-ligamentares e o tratamento incluem o alongamento repetido que na extremidade alongará as fibras encurtadas. O alongamento capsular é executado melhor na rotação externa e feito ao longo dos mesmos princípios que ajustados anteriormente (veja: capsulite do ombro).

Bursite aguda subdeltoídea

Essa é uma condição extremamente dolorosa e não muito freqüente. Sua historia típica - evolução rápida em três dias a um nível máximo - e um teste padrão não-capsular pronunciado (limitação bruta da abdução-elevação e da abdução glenoumeral) faz o diagnóstico relativamente fácil. Esse é o quadro clínico de uma bursite aguda subdeltoídea. A bursite não é a condição mais fácil a ser tratada por fisioterapeutas e neste caso a condição pode ser tão dolorosa que não seria ' ético ' não mandar o paciente para a terapia da injeção. No começo da evolução (primeiros dias) ou próximo ao fim (após 10 dias) quando a dor é suportável e um arco doloroso é reconhecido pelo fisioterapeuta, medidas poderiam ser tomadas e feito a eletroterapia analgésica.

A limitação acromioclavicular ou esternoclavicular

A limitação da articulação acromioclavicular, conduzindo possivelmente a anquilose, ocorre na maior parte quando se torna afetado pela espondilite anquilosante, a osteodistrofia ou um processo reumatoide. Nestes casos a junção esternoclavicular pode estar envolvida também. A limitação dos movimentos da clavícula tem conseqüências imediatas para a amplitude de movimento do ombro. Quando a clavícula perdeu sua capacidade de girar, a elevação do braço tornar se brutalmente limitada, em casos severos até 90°. O tratamento aplicado ao ombro não terá ou terá pouco efeito, mas a mobilização da articulação AC ou EC pode ganhar mobilidade. Os resultados não são espetaculares.
Os fisioterapeutas podem contribuir na melhorar da amplitude de movimento do ombro. As técnicas devem ser adaptadas a situações clínicas presente, que pode somente ser detectada avaliando o paciente corretamente. Infelizmente não há nenhum consenso em como detectar o problema e como conseqüência os resultados do tratamento do paciente remanesce freqüentemente vago e sintomático.

Fonte: Faça Fisioterapia

A limitação da articulação do ombro é um problema comum e pode ser causada por uma variedade de circunstâncias. Os diagnósticos são frequentemente vagos e insuficientes para permitir o tratamento preciso e orientado. Os fisioterapeutas são regularmente pedidos para aplicar o tratamento, mas nem todos os tipos de limitação são apropriados para a fisioterapia. Será consequentemente necessário avaliar o paciente para "um diagnóstico trabalhável" antes que a terapia possa ser começada corretamente, a menos que uma aproximação puramente sintomática estiver escolhida.

Avaliação

Não há nenhum acordo total em como examinar o ombro. Os testes diferentes foram descritos, mas há uma falta do consenso em como reconhecer e classificar desordens da articulação do ombro. Investigações adicionais são necessárias.

A aproximação de Cyriax oferece um procedimento relativamente simples de exame que, por seu sistema, permite o reconhecimento de testes padrões e de retratos clínicos, típico para cada desordem. Uma história apropriada pode dar a informação importante, mas é principalmente pelo exame funcional que a condição real estará reconhecida. A avaliação inclui 3 testes da elevação para o complexo do manguito rotador do ombro, 3 testes passivos para a junção glenoumeral e 6 testes isométricos para os grupos musculares diferentes. A avaliação é baseada no princípio da tensão seletiva que mostrou ser valiosa.

A dor está no braço

A maioria das condições que afetam as estruturas do ombro causará a dor no braço. A dor é projetada no dermátomo de C5 - que é o aspecto lateral superior do braço e a parte radial do antebraço, da área do deltóide até a base do polegar - porque a maioria dos tecidos no ombro têm uma origem embriogenética de C5. Dependendo da severidade da desordem a dor pode ser experimentada somente no braço ou na extremidade inteira. Porque a área em que a dor é sentida é a mesma na maioria das desordens do ombro, a localização da dor não necessitará de muita ajuda para diferenciar as patologias.

A limitação do movimento do ombro

O movimento do ombro pode tornar-se limitado como resultado das circunstâncias que afetam a coluna cervical, o manguito do ombro ou o ombro próprio. Se a limitação se mostra no movimento ativo somente sua causa deverem se encontrar fora do ombro. A diminuição do movimento passivo, entretanto, tem na maior parte uma origem articular embora os tipos extra-articulares de limitação existam também.
A finalidade deste artigo é discutir os tipos diferentes de limitação no próprio ombro que mostram em um ou mais dos seguintes movimentos do ombro:
- abdução-elevação passiva
- rotação externa passiva
- abdução glenoumeral passiva (com fixação da escapula)
- rotação interna passiva.

As condições capsulares

As condições que afetam a cápsula de toda a articulação, qualquer que seja sua natureza, vão causar a limitação de acordo com "o teste padrão capsular". Isto se apresenta com um grau de limitação em proporções fixas dos três movimentos fisiológicos passivos da junção glenoumeral. Cada junção do corpo tem seu próprio padrão capsular, que é invariável para uma junção dada, mas pode variar de articulação para articulação.
No padrão capsular da junção do ombro o seguinte tipo de limitação é encontrado: rotação externa > abdução > rotação interna.
Quando a etiologia indica uma doença geral (artrite reumatóide) ou um local de afeição, tal como infecção, gota, hemartrose ou tumor, a fisioterapia não será o tratamento escolhido. Somente aquelas circunstâncias onde nenhuma etiologia intrínseca é encontrada serão aproximadas por fisioterapeutas: as capsulites pós-traumáticas, pós-imobilização ou primárias. Estas desordens são classificadas freqüentemente sob o título "ombro congelado". Quando a capsulite é causado pela irritação da articulação, da membrana sinovial, a limitação é causada por uma defesa muscular. Em casos de encolhimento da cápsula fibrosa por estiramento prolongado pode ocorrer como resultado da formação das adesões, principalmente na parte anterior da cápsula e no rebaixo axilar, estes ombros "são congelados realmente".

Os estágios da capsulite

Antes que qualquer tratamento possa ser empreendido, uma plataforma dos estágios da capsulite deve ser feita. Três estágios diferentes são reconhecidos e requerem um tratamento diferente. Uma cápsula comum pode estar muito irritada para suportar o alongamento da capsular ou mobilização e, por outro lado, às vezes um alongamento intenso será necessário a fim de quebrar as adesões que causam a limitação.
Os critérios, necessários para estagiar a capsulite do ombro, são obtidos parcialmente da história e em parte do exame funcional. Três perguntas devem ser feitas:
-Você consegue deitar-se nesse lado à noite? (sim ou não)
-Até onde vai a dor do braço? (abaixo do cotovelo ou não)
-Existe dor ao repouso? (sim ou não).
O end-feel dos movimentos passivos deve ser acessados (espasmo muscular ou elástico) e também o relacionamento entre a dor e o end-feel(o que vem primeiro?).
No estágio 1 o paciente oferece uma resposta negativa às três perguntas ("sim, eu posso se encontrar nesse lado na noite." - "a dor não espalha abaixo do cotovelo." - "não há nenhuma dor no descanso.") e a dor é provocada esticando a extremidade na amplitude possível. O end-feel é ainda elástico e a dor ocorre quando o examinador insiste no movimento. O componente inflamatório é obviamente menor.
Em um estágio 3 a resposta às perguntas é positiva ("No., eu não posso se encontrar nesse lado na noite." - "a dor espalha no braço inteiro". - "a dor é constante.") e no exame a contração muscular involuntária é sentida para parar o movimento. O end-feel é muscular em vez de capsular. A articulação é claramente irritada e inflamada.
O estágio 2 é um estágio transitório: algumas perguntas são positivas. Em um substagio 2a há mais respostas negativas do que positivas, e em um substagio 2b o reverso acontece. O end-feel será o elemento diferencial: o end-feel normal no estágio 2a e no estágio 2b é sentido como um espasmo.

Os tipos de capsulite tratáveis por fisioterapia

Os três tipos os mais comuns de capsulite, que no caso a fisioterapia pode ter uma entrada positiva, são as pós-traumáticas, as pós-imobilização e a capsulite idiopática.

Capsulite pós-traumática

Uma capsulite pós-traumática ocorre em uma população sobre 40 anos de idade e é o resultado de um trauma direto, uma luxação da articulação ou cirurgia recente. Sua evolução normal realiza-se em três períodos de 3-4 meses: primeiramente, o aumento da dor e a limitação ("fase dolorosa"), então a dor diminui, mas a limitação continua ("fase progressiva rígida"). Na última fase a limitação desaparece ("fase definição").
O estágio da capsulite determinará que técnica de tratamento será apropriada. Nos estágios 1 e 2 a distensão da cápsula, combinado com exercícios terapêuticos para manter a mobilidade pode ser aplicado. O alongamento se toma no end-feel do movimento de flexão e é doloroso "pela definição". A intensidade e a duração do alongamento capsular dependem da reação que segue o tratamento. Um critério de 2-3 horas após a dor é um guia bom. O estágio 2b e 3 da capsulite não suportam o alongamento capsular, nem exercícios. Estas medidas irritam a articulação mesmo mais e fariam o tratamento de fisioterapia impossível. A inflamação pode ser inibida por uma série de injeções intra-articular com solução esteróide, mas uma alternativa boa é a técnica articular de decoaptação. É uma técnica extremamente delicada por meio de que a cabeça umeral é separada da superfície glenóidea até que ' o jogo articular' se recupere. Se esta aproximação também irrita, as oscilações manuais com de alta freqüência (vibração) podem inibir os nocisensores estimulando os mecanoreceptores.
A capsulite pós-traumática pode freqüentemente ser prevenida recomendando aos pacientes de meia idade que tiveram um trauma no ombro para manter a articulação mais móvel possível nas semanas seguidas do acidente.

Capsulite pós-imobilização

Todos os pacientes acima de 60 anos que, por alguma razão, tem que manter o ombro imobilizado por um certo período deveria se mobilizado ou ao menos ensinado como manter a articulação em movimento. Esta aproximação ajudará impedir a condição muito dolorosa que pode ocorrer, isto é em pacientes hemiplégicos.
Caso a capsulite já tenha se desenvolvido seguirá a mesma evolução que a capsulite pós-traumática. Conseqüentemente os estágios e a terapia são exatamente as mesmas.

A capsulite monoarticular idiopática

Essa condição freqüente e muito dolorosa afeta na maior parte o paciente de meia idade. Não está ainda claro o que a etiologia exata é, mas diversos investigadores focalizam nas mudanças celulares inflamatórias e na resposta imunológica na cápsula. A evolução natural pode levar muito tempo: evolui em 4 períodos de 3-4 meses cada. Primeiramente, a dor e a limitação se desenvolvem e alcançam um máximo, a seguir a circunstância remanesce sem mudanças por diversos meses depois do qual, nos meses seguintes, a dor gradualmente diminui. Finalmente, após mais do que um ano também a escala do movimento normalizará outra vez.
Porque a circunstância é tão dolorosa o paciente procurará logo a terapia. É importante encontrar em que estágio a capsulite está e somente no estágio 1 o tratamento fisioterapêutico é eficaz. Os outros estágios requerem esteroides. O alongamento capsular e a mobilização não são possíveis, mas somente a decoaptação articular, executado o mais gentilmente possível.

Padrões não capsulares

Quando a limitação do movimento passivo é encontrada nas proporções que não correspondem com ' o teste padrão capsular ' uma condição, com exceção da capsulite, deve ser responsável. O problema pode ser parcialmente capsular, intra-articular ou extra-articular. Um problema capsular parcial ocorre quando as adesões se desenvolvem em uma cápsula que seja danificada previamente. A limitação intra-articular é o resultado do desarranjo interno na articulação. A limitação extra-articular pode se encontrar no manguito do ombro ou na axila.

As adesões na cápsula anterior

Esse pode ser o resultado de um local ou de um trauma mais difuso à parte anterior do ombro. Tende também a desenvolver algum tempo após uma ruptura total do tendão infraespinhoso. Em algumas semanas ou meses à limitação da rotação externa serão encontradas. O grau de limitação é pequeno e em um sentido somente. A avaliação do end-feel mostra perda da elasticidade e do alongamento mais adicionais na dor anterior localizada.
O retrato é que as aderências capsulo-ligamentares e o tratamento incluem o alongamento repetido que na extremidade alongará as fibras encurtadas. O alongamento capsular é executado melhor na rotação externa e feito ao longo dos mesmos princípios que ajustados anteriormente (veja: capsulite do ombro).

Bursite aguda subdeltoídea

Essa é uma condição extremamente dolorosa e não muito freqüente. Sua historia típica - evolução rápida em três dias a um nível máximo - e um teste padrão não-capsular pronunciado (limitação bruta da abdução-elevação e da abdução glenoumeral) faz o diagnóstico relativamente fácil. Esse é o quadro clínico de uma bursite aguda subdeltoídea. A bursite não é a condição mais fácil a ser tratada por fisioterapeutas e neste caso a condição pode ser tão dolorosa que não seria ' ético ' não mandar o paciente para a terapia da injeção. No começo da evolução (primeiros dias) ou próximo ao fim (após 10 dias) quando a dor é suportável e um arco doloroso é reconhecido pelo fisioterapeuta, medidas poderiam ser tomadas e feito a eletroterapia analgésica.

A limitação acromioclavicular ou esternoclavicular

A limitação da articulação acromioclavicular, conduzindo possivelmente a anquilose, ocorre na maior parte quando se torna afetado pela espondilite anquilosante, a osteodistrofia ou um processo reumatoide. Nestes casos a junção esternoclavicular pode estar envolvida também. A limitação dos movimentos da clavícula tem conseqüências imediatas para a amplitude de movimento do ombro. Quando a clavícula perdeu sua capacidade de girar, a elevação do braço tornar se brutalmente limitada, em casos severos até 90°. O tratamento aplicado ao ombro não terá ou terá pouco efeito, mas a mobilização da articulação AC ou EC pode ganhar mobilidade. Os resultados não são espetaculares.
Os fisioterapeutas podem contribuir na melhorar da amplitude de movimento do ombro. As técnicas devem ser adaptadas a situações clínicas presente, que pode somente ser detectada avaliando o paciente corretamente. Infelizmente não há nenhum consenso em como detectar o problema e como conseqüência os resultados do tratamento do paciente remanesce freqüentemente vago e sintomático.

A atuação da Osteopatia na Cervicalgia



As cervicalgias  são consideradas aquelas dores localizadas na região da coluna cervical, podendo gerar irradiações dessas dores para a cabeça ou para os membros superiores, que são chamadas de cervicobraquialgias. As causas  podem ser variadas e a dor pode ter origem a nível de diferentes estruturas da coluna cervical sendo referida para o membro superior através de estruturas somáticas ou através de mecanismos neuropáticos que envolvem os nervos espinhais cervicais.



De forma geral, os sintomas mais frequentes que caracterizam a cervicalgia e a cervicobraquialgia são: dor na coluna cervical e ao longo do ombro indo para o membro superior, restrição dos movimentos da coluna cervical, sensações anormais no membro superior como formigueiros, sensação de queimadura, diminuição da sensibilidade tátil e diminuição da força de alguns músculos do membro superior podendo afetar a destreza de movimento.

A osteopatia é uma forma de tratamento que melhora e muitos as condições dolorosas da coluna cervical e dos membros superiores por ter uma gama de manobras e movimentações que ajudam nesse processo.

Através de técnicas de manipulação, alongamento, mobilização, tratamentos para a ATM, e mobilidade para vísceras, o osteopata vai melhorando a mecânica dessas articulações, órgãos e tecidos, fazendo com que os sintomas venham regredindo a medida do tempo.

Pelo fato da osteopatia buscar identificar onde há perda de mobilidade e consequentemente de função, ela se torna uma eficiente forma de prevenção também.  No momento  em que o osteopata encontra um bloqueio articular que possa estar gerando sobrecarga na coluna lombar, e com técnicas manuais  devolva a mobilidade daquela articulação, automaticamente se alivia a sobrecarga, evitando desalinhamentos posturais adaptativos e processos degenerativos futuros.

Uma das principais preocupações dos pacientes é o medo da manipulação cervical. É importante saber a anatomia para se ter certeza de fazer o movimento correto e evitar as contra indicações dessa forma de tratamento tão eficaz. Ter uma consulta com um bom profissional é essencial.