quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Fisioterapia como alternativa de combate à incontinência urinária


Situações de perda involuntária de urina, desconforto durante relação sexual e a famosa "bexiga caída" agora contam com tratamentos menos invasivos que cirurgias. A fisioterapia urinoginecológica e urológica surgiu como uma opção para reverter quadros mais leves e auxiliar o processo de cura de casos mais severos.

Com o tempo, a musculatura do corpo humano começa a perder o tônus. Este processo ocorre em toda a musculatura, já que as fibras de sustentação ficam cada vez menos rijas, com capacidade de contração reduzida. Isto também ocorre com a musculatura do assoalho pélvico. A gama de problemas ocasionada por esta falta de sustentação são chamados de disfunções do assoalho pélvico.

A musculatura desta região é responsável por apoiar os órgãos localizados na cavidade pélvica, como bexiga, próstata, reto e órgãos reprodutivos femininos. Também estão relacionados com o funcionamento dos esfíncteres urinários e anal. Assim, alterações na musculatura pélvica podem resultar em disfunções urinária e intestinal.

Os principais fatores causadores das disfunções são obesidade, procedimentos cirúrgicos, gestação, idade avançada, parto e menopausa. Algumas pessoas podem desenvolver esta disfunção em decorrência de fatores genéticos ou do seu tipo de colágeno.

A fisioterapeuta Luísa Braga Jorge, especialista em uroginecologia e urologia, explica que as principais disfunções são: incontinência urinária, fecal, dispareunia (dor durante a relação sexual), constipação, e prolapso (bexiga caída). Entretanto, o que apresenta maior prevalência é a incontinência urinária.

Esta disfunção independe de sexo, mas a maior incidência é registrada em mulheres devido à anatomia pélvica. Pesquisas indicam que de 12% a 56% das mulheres de 40 a 69 anos apresentam casos de incontinência urinária. Na região Sul os índices podem aumentar em decorrência do frio. "A contração do corpo quando se está com frio gera espasmos na musculatura que podem facilitar a ocorrência de casos de incontinência", relata a fisioterapeuta.

Mas o diagnóstico desses casos irá depender unicamente da observação do próprio afetado, já que não existe um exame específico para diagnosticar tais condições. Contudo, após o quadro ser de conhecimento do médico, os tratamentos são basicamente simples.

O importante é que ao notar os primeiros sinais, procure auxílio profissional imediatamente, pois além de causar dor e constrangimentos, essas disfunções podem afetar até mesmo a vida sexual de um casal, já que o prazer sexual também está relacionado a esse conjunto de 13 músculos da região pélvica. Entre as disfunções sexuais que ele pode favorecer quando lesionado estão o vaginismo (contração involuntária dos músculos próximos da vagina, impedindo a penetração do pênis) e a dispareunia (dor durante a relação sexual).

Apesar de cirurgias e medicamentos serem as formas mais tradicionais de tratamento, existem alternativas menos invasivas e tão eficazes quanto. São exercícios realizados através de fisioterapia, que auxiliam no processo de fortalecimento destes músculos.

Quais são e como funcionam cada tipo de tratamento?

- Biofeedback: é a terapia mais comum no tratamento da disfunção do assoalho pélvico. Não é doloroso, e é eficaz em aproximadamente 75% dos casos. Através de exercícios de contração da musculatura pélvica, o paciente recebe uma resposta auditiva ou visual para saber se está executando o exercício de forma correta. O treinamento inclui diferentes métodos de conscientização e relaxamento, como, por exemplo, técnicas musculares, respiratórias, autogênicas e cognitivas.

- Técnicas de relaxamento e fortalecimento: envolve ioga e exercícios como pilates.

- Eletroestimulação, exercícios perineais, técnicas comportamentais, e reorganização corporal.

"Em grande parte dos casos, não é necessário submeter o paciente a um tratamento invasivo, uma cirurgia. Com técnicas simples de readequação, grande parte dos distúrbios pode ser contornada", afirma a fisioterapeuta Luísa.

Como evitar o enfraquecimento da musculatura?

Existem diversos tipos de exercícios que podem ser realizados no próprio conforto do lar ou mesmo durante as atividades da vida diária. Mas, assim como em qualquer outro exercício de academia, o treino da musculatura requer persistência e precisão nos movimentos, sendo ideal o monitoramento inicial por um fisioterapeuta especialista: se realizados de maneira incorreta os exercícios podem ser prejudiciais, causando efeito inverso ao desejado.

O exercício abaixo é simples, nada mais do que a contração dessa musculatura que envolve a região do ânus e da vagina, para tonificar a área e prevenir problemas:

- Deitada de frente, com os joelhos dobrados e pés apoiados no chão ou colchão, coloque a mão desde o púbis, que é osso acima da vagina, até o cóccix, o osso do final da coluna. Está identificada a musculatura do seu assoalho pélvico.

- Em seguida, tente contrair, como se fosse segurar gases. Você vai sentir um movimento de sugar toda a região do ânus e da vagina para dentro. Depois tente realizar esse mesmo movimento e segurar essa contração por um segundo e relaxar dois segundos. Repita dez vezes.

- Aumente o tempo da contração para cinco segundos e relaxe dez segundos. Repita novamente dez vezes.

Fonte: Jornal Minuano 

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