quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Retrato da Fisioterapia no Home Care


Acaba de ser publicado o perfil dos profissionais da fisioterapia e terapia ocupacional que atuam com assistência domiciliar no Brasil (Perfito). Realizada entre os meses de novembro/13 e janeiro/14 a pesquisa contou com a participação de profissionais de 21 estados brasileiros, alcançando quase a totalidade da federação.

Entre os estados com o maior número de participantes se destacaram Rio de Janeiro e Minas Gerais, engajamento que contou com apoio dos sindicatos da categoria nas praças.

Mais de 45% dos respondentes têm menos de 30 anos de idade, revelando o grande número de jovens trabalhando com a modalidade do Home Care. Já as mulheres, representaram a maioria, com 64% de participação. Apesar dessa grande participação, ainda é cedo para concluir que a atuação feminina é predominante na área, o que poderá se confirmar nas próximas edições da pesquisa.

Mais da metade, 61,3% dos profissionais dispõem de carro próprio, embora muito poucos recebam algum tipo de ajuda de custo com estacionamento, combustível, pedágio ou manutenção do carro (apenas 17,1%). Já a minoria de 5,26% recebe ajuda para deslocamento com transporte público; e para mais da metade não há nenhum tipo de ajuda de custo pelo contratante.

No quesito nível de especialização, o comportamento das respostas demonstra importante compromisso dos profissionais da área com a formação acadêmica. Mais 70% dos respondentes são pós-graduados, com significativa parcela de mestres e doutores (7%). De toda a amostra 49% são graduados há mais de 05 anos, tendo como áreas de especialização: neuropediatria, hidroterapia, pilates e ergonomia.

Áreas como fisioterapia em terapia intensiva, terapia respiratória e traumato-ortopédica estão entre as especialidades com maior concentração de profissionais, com 52% dos respondentes. Outras áreas também se destacam, como saúde coletiva, fisioterapia cardiovascular, neopediatria, fisioterapia do trabalho, entre outras.

Já quanto à área de atuação – diferente das especialidades – 70% dos profissionais concentram-na em Neurologia, Ortopedia, Geriatria e Gerontologia. Áreas menos exploradas também aparecem na pesquisa: Dermato Funcional, Gestão da Saúde, Uroginecologia e outras.

Vínculo de Trabalho

Mais da metade dos profissionais mantém vínculo de trabalho diretamente com o fornecedor (55%), enquanto parcela de 45% tem vínculo mantido com uma empresa que presta serviços ao fornecedor de Home Care (a chamada terceirização de mão de obra). Apesar disto apenas 17,5% dos profissionais têm registro em carteira de trabalho, ou seja, são celetistas (CLT).

Já a maioria tem vínculos como autônomos, prestadores pessoa jurídica e cooperados.

Esse cenário revela que embora grande parte dos profissionais trabalhem diretamente para a empresa de Home Care, o vínculo como celetista ainda não é prioridade para a empresa, ou às vezes para o próprio profissional.

Gráfico: Nível de Remuneração



Perfil dos Pacientes em Fisioterapia

O atendimento é predominante em pacientes acima dos 60 anos de idade. 65% dos profissionais atendem pacientes com idade igual ou superior a 60 anos de idade, dos quais 19% idade acima dos 80 anos.

Pequena parcela, 9%, atende crianças com idade igual ou abaixo dos 10 anos de idade.

Atendimentos diários e carga horária

48% dos respondentes realizam em média 05 atendimentos por dia e pequena parcela, 13% chegam a produzir o dobro: 10 atendimentos. Entre os serviços executados, quase 40% se concentram nas áreas Neurológica, Ortopédica e Geriátrica.

Há quem trabalhe mais de 12 horas diárias, mas a maioria (49%) tem uma carga horária inferior a 8 horas. Apesar disto, 36% tiram apenas duas folgas no mês, o que revela a necessidade de o profissional trabalhar em dias não úteis.

Vantagens de trabalhar com Home Care

Capacidade de fazer o próprio horário, gerenciando suas folgas; e o entrosamento com a família e a efetividade da reabilitação estão entre os itens que os profissionais avaliaram como vantagens àqueles que atuam com assistência domiciliar.

Desvantagens de trabalhar com Home Care

Por outro lado, a baixa remuneração versus a quantidade de sessões e a carga horária estão entre as desvantagens para quem trabalha com a modalidade assistencial. Outro quesito destacado é a falta de vínculo empregatício, gerando falta de estabilidade e de benefícios trabalhistas.

Avaliação Cruzada dos dados

O relatório publicado apresenta os resultados básicos da pesquisa, com tabelas e gráficos de cada uma das questões às quais os respondentes tiveram acesso. Não serão apresentadas análises cruzadas entre duas ou mais questões ou variáveis do questionário, como por exemplo: o perfil específico dos respondentes de um ou outro estado; o nível de remuneração de profissionais que atuam com pacientes de determinada idade; entre outras análises.

Isso se deve ao fato de que há inúmeras possibilidades de análise cruzada, a depender do interesse de quem analisa a informação. Apesar disto, organizações, entidades, profissionais, acadêmicos e/ou pesquisadores que tenham interesse em análises cruzadas deverão encaminhar solicitação específica ao Conexão Home Care, que analisará em conjunto com o Comitê Gestor, a oportunidade e as condições para dispor da informação.

DOWNLOAD DO RELATÓRIO:


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