domingo, 28 de dezembro de 2014

A fisioterapia respiratória



A respiração é fundamental para a vida. É nesse processo que ocorre a troca gasosa nos pulmões por meio da inspiração e da expiração, respectivamente quando enchemos os pulmões de ar e esvaziamos. Com isso, garantimos a entrada do oxigênio e a saída do dióxido de carbono.

Embora vital, os pulmões não são tratados com tanto cuidado pela maioria da população. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia, 3 em cada 10 brasileiros sofrem com falta de ar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem no mundo cerca de 300 milhões de asmáticos, 210 milhões de pessoas acometidas pela DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e 100 milhões de portadores do distúrbio respiratório do sono. Além disso, a cada ano, 8 mil novos casos de tuberculose são registrados no Brasil, um dos países recordistas em casos da doença.

A incidência de doenças alérgicas respiratórias, como rinite e asma, também vem aumentando gradativamente. No Brasil, por exemplo, são em média 8 mortes por dia por complicações relacionadas à asma. A doença representa um dos maiores gastos do Sistema Único de Saúde (SUS), superior, inclusive aos da AIDS.

Dados do SUS (Sistema Único de Saúde) revelam que são mais de 367 mil autorizações de internações hospitalares (AIH) ao ano, decorrentes de asma. Somadas, asma, pneumonia e DPOC representam 12% de todas as internações no país, com gastos superiores a R$ 600 milhões de reais por ano.

Utilizada há muitos anos na medicina, a fisioterapia tem diversas aplicações na prática médica, desde reabilitar as funções motoras, área mais conhecida, até auxiliar na prevenção e no tratamento de doenças cardíacas ou pulmonares.


A fisioterapia respiratória visa melhorar a dinâmica respiratória e a distribuição do ar inalado pelo pulmão, além de remover secreções brônquicas, resultando assim na melhora da função pulmonar. São aplicadas técnicas manuais, como também aparelhos que ajudam na aplicação deste tipo de fisioterapia. 


Vale ressaltar que a fisioterapia respiratória utiliza estratégias não invasivas para otimizar o transporte do oxigênio, prevenindo, revertendo ou minimizando as disfunções pulmonares que são causadas por doenças como asma, tuberculose, pneumonia, etc.

Como funciona

O sistema respiratório está exposto a diversos fatores que podem lesar ou causar alterações importantes nos pulmões e nas vias respiratórias. Além do tratamento medicamentoso e do uso de oxigênio, algumas doenças que atingem os pulmões necessitam de técnicas adicionais para auxiliar na desobstrução e limpeza, depurando as vias respiratórias.

Engana-se quem pensa que somente pacientes idosos ou hospitalizados podem ser beneficiados com a fisioterapia respiratória. Na verdade, a técnica pode ser aplicada tanto em hospitais, como em clínicas, ambulatórios, em home care (em casa) e até em unidades básicas de saúde (UBS).


A técnica pode ser aplicada em pacientes de todas as idades, uma vez que a fisioterapia respiratória atua no nível das limitações e incapacidades, para aumentar a independência, a capacidade respiratória e, consequentemente, a qualidade de vida.

Quais doenças podem ser tratadas pela fisioterapia respiratória?

Praticamente todas as doenças que atingem os pulmões podem ser tratadas como a asma, a bronquite, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a pneumonia, a insuficiência respiratória, a tuberculose, entre outras.

Quais os objetivos da fisioterapia respiratória?

Entre os objetivos da técnica fisioterápica estão à manutenção ou a melhora da ventilação alveolar, a prevenção de crises respiratórias, a educação do paciente, o suporte ventilatório nos períodos de crise e/ou insuficiência respiratória e a melhora da capacidade física.

O fisioterapeuta avalia o paciente para identificar, relacionar e priorizar o tipo de técnica a ser aplicada, de acordo com o quadro clínico. Quando o paciente está hospitalizado, por exemplo, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o atendimento será mais focado na melhora da eficiência ventilatória ou na redução da sobrecarga dos músculos respiratórios, para evitar a falência desses músculos, o que pode causar a insuficiência respiratória.


Já em pacientes que irão se submeter a alguma cirurgia, a fisioterapia respiratória tem caráter preventivo, tanto para melhorar o condicionamento físico, quanto para garantir que após a cirurgia a capacidade respiratória não será afetada.


Quando a fisioterapia respiratória é aplicada em ambulatórios, o tratamento está mais focado na melhora do condicionamento físico e na educação do paciente. Isso tende a aumentar a independência, reduzir a sintomatologia e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida, assim como ajuda na prevenção ou na melhora das comorbidades das doenças respiratórias.

Cuide bem dos seus pulmões

As doenças do pulmão, também conhecidas como pneumopatias, crescem em ritmo acelerado, principalmente nos grandes centros urbanos. Muitas são crônicas e levam o paciente à incapacidade física, o que gera outras doenças como depressão, insônia etc.


Com a progressão da doença pulmonar, ocorre uma piora da sintomatologia e da qualidade de vida destes pacientes, ocasionando limitação progressiva das atividades profissionais e da vida diária. Essa limitação pode se tornar um ciclo vicioso e evoluir até a dependência funcional do indivíduo, alterando sua vida social, econômica e emocional.

Dentro deste contexto, a fisioterapia respiratória é uma ferramenta terapêutica de extrema importância, inserida dentro de um tratamento multidisciplinar para a reabilitação de pacientes portadores de doenças pulmonares, visando melhorar o nível de independência e a função do paciente na comunidade.


Por último, e não menos importante, o fisioterapeuta tem um papel fundamental na educação do paciente, que passa a se envolver mais com o tratamento e os autocuidados. Esta é uma maneira muito importante de fazer com que o paciente participe de maneira ativa do tratamento da sua doença, melhorando assim sua adesão.

Fonte: Saútil

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Fisioterapia na Tendinite Patelar



É difícil encontrar um fisioterapeuta que não tenha tratado uma  tendinite patelar em consultório. Conhecida também como Jumpers Knee (joelho do saltador) é uma condição que, apesar de aparentemente inofensiva, pode levar à grande incapacitação à prática diária e/ou esportiva.

  É a ruptura ou inflamação dolorosa do tendão patelar (tendinite) e afetam, principalmente, pessoas que praticam esportes em geral que saltam muito: saltadores (distância, altura, triplo), jogadores de basquetebol e voleibol, praticantes de aeróbica de alto impacto. É bastante comum também nos períodos de crescimento (puberdade e pós-puberdade).

O joelho do saltador normalmente afeta a fixação do tendão patelar do polo inferior da patela devido ao mecanismo que ocorre durante a desaceleração no esporte. é uma condição de esforço repetitivo. A incidência é maior nos homens. É uma das doenças do joelho mais comuns em atletas, ocorrendo em até 20% dos que praticam salto. Apresenta como sintomas:

1. Dores nos exercícios, pouco abaixo da patela;
2. Dor e rigidez na região patelas após de práticas esportivas;
3. Sensibilidade a toque e edema pouco abaixo da patela;
4. Postura antálgica para se locomover.

E como a fisioterapia atua nessa condição? O principal objetivo é acabar com a dor que, geralmente, é incapacitante. Junto com o tratamento da dor, investigar se há alguma posição óssea ou gesto motor que o paciente esteja fazendo errado para que a tendinite não volte. E por último, fortalecer a região para evitar a volta da Tendinite.

Para isso, pode-se dividir o tratamento por objetivo e a forma como se trabalha. A fase antes da movimentação, que ajuda na analgesia, pode-se utilizar: crioterapia,  calor úmido superficial, laser, ultrassom, iontoforese, contraste (calor e frio).

Já a fase de movimentos, pode-se utilizar: a mobilização passiva, alongamentos (respeitando sempre a condição que o paciente se apresenta), movimentos passivos da região e evoluir para os movimentos ativos, fazendo exercícios concêntricos e excêntricos.

Essa condição, embora comum, não é de difícil tratamento, quando o paciente entende que, em certas fases, o repouso é fundamental. Além disso, ele ter a consciência corporal para conseguir identificar o que pode estar fazendo de errado ajuda o fisioterapeuta a agi​r de forma preventiva.

domingo, 21 de dezembro de 2014

11 exercícios para se fazer na frente do computador



Assim como muitos profissionais, você deve passar o dia todo sentado em frente ao computador trabalhando. Isso implica em dores musculares e até mesmo no ganho de peso. Por isso, ao longo do seu dia de trabalho é muito importante fazer pausas - mesmo pequenas - para se levantar e andar. Outro cuidado importante é alongar a coluna. Tem que fazer exercícios - mesmo.

Se você deseja ter mais qualidade de vida e acabar com o sedentarismo, confira alguns exercícios para você fazer enquanto está sentado na frente do computador:

1- Alongamento básico para o pescoço
  Para evitar que o seu pescoço fique duro, a dica é girar o pescoço de um lado para o outro lado. E também no sentido frente e trás.

2- Movimento circulares com o pulso
Para evitar a tendinite e outros problemas no punho, faça movimentos circulares com o pulso no sentido horário e anti-horário a cada hora. Para ter uma boa circulação, e manter os músculos trabalhados, faça o mesmo com os tornozelos e ombros.

3 - Inspire e respire
Contraia os músculos abdominais, segure por alguns segundos, e em seguida solte a respiração.

4 - Levantamento de peso com a garrafa de água
Faça levantamento de peso usando uma garrafa de água cheia.

5 - Faça exercícios com bola
Troque a sua cadeira por uma bola específica para exercícios físicos. Isso vai ajudar a melhorar a sua postura, fortalecer os seus músculos, melhorar a sua circulação e ainda vai fazer com que você se sinta mais enérgico.

6 - Alongamento do peitoral
Estique os braços afastados como se você estivesse prestes a abraçar alguém, e depois puxe o ombro para trás enquanto gira seus pulsos externamente.

7 - Movimentos circulares com os ombros

Método 1: Coloque os dedos sobre os ombros de maneira que os seus cotovelos fiquem estendidos. Coloque os cotovelos para trás o máximo possível, e depois junte eles na frente. Repita isso 10 Vezes.

Método 2: Iniciando na posição anterior, levante os cotovelos para cima e depois coloque-os para baixo como se estivesse "batendo suas asas". Repita isso 10 Vezes.

8 - Levantamentos de Pernas e Pés
Ao sentar-se e em um ângulo de 40 graus, levante o pé alguns centímetros do chão pelo máximo de tempo possível. Repita o mesmo exercício com o seu outro pé. Para fazer o levantamento de perna, basta estender a perna na sua frente, e mantenha a elevação o máximo de tempo possível. Repita o mesmo exercício com uma perna outra.

9- Exercícios para fazer na mesa com a cadeira
Usando uma cadeira com rodinhas, segure na parte superior da mesa e empurre o seu corpo para frente e para trás, enquanto você estica as suas pernas. Repita esse exercício fazendo com que as suas pernas sejam contraídas durante o movimento.

10 - Exercícios usando elásticos
Faça vários tipos de alongamento utilizando uma faixa elástica resistente. Elas são flexíveis, baratas e você pode carregar para qualquer lugar.

11 - Use um Hand Grips

Faça exercícios utilizando um Hand Grip. Eles vão fortalecer o seu antebraço, e também aumentar a sua força nas mãos e dedos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Fisioterapia na UTI previne a fraqueza muscular



A internação numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode causar algumas debilidades motoras aos pacientes. “Eles apresentam maior dependência funcional, ou seja, têm restrição de mobilidade, com dificuldade para se movimentar, levando à  polioneuropatias, disfunção do sistema nervoso e muscular”, explica o fisioterapeuta José Aires, da UTI do Hospital Santa Luzia, em Brasília.

“A UTI do Hospital é adaptada para a mobilização precoce do paciente. Temos recursos que vão desde bicicletas adaptadas para os leitos dos pacientes que não podem se levantar até aparelhos de eletroestimulação muscular”, destaca José Aires. Ele acrescenta que a eletroestimulação é direcionada aos músculos do paciente, garantindo o ganho de força e a prevenção da atrofia muscular.

O fisioterapeuta enfatiza que o tratamento é iniciado nas primeiras 48 horas de internação e que todo paciente deve realiza-lo. “Todo paciente deve ser estimulado, mesmo os que estão sedados e com fraturas ósseas, por exemplo. Para aqueles que não podem sair do leito, adaptamos as ações, como é o caso do estímulo elétrico”, esclarece.

Terapia intensiva


A fisioterapia na UTI é responsável pelo tratamento de mobilização precoce dos pacientes críticos. A terapia é personalizada e composta por etapas, o que estimula o paciente a progredir gradualmente, de acordo com os seus limites. “O primeiro passo é o fortalecimento muscular, seguido da mobilização dos membros inferiores e superiores. Após essa fase, são realizados testes de equilíbrio, para que a pessoa possa sentar, levantar e, posteriormente, andar”, conclui o especialista José Aires.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Esclerose Lateral Amiotrófica - Estágios e Fisioterapia



A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) foi descrita em 1869 pelo médico francês Jean-Martin Charcot, e atualmente é considerada uma das principais doenças neurodegenerativas, ao lado das doenças de Parkinson e de Alzheimer.

A ELA afeta tanto os neurônios motores inferiores quanto superiores. No caso dos neurônios motores inferiores, seu acometimento ocorre na medula espinhal. O acometimento dos neurônios motores superiores ocorre em todos os andares do SNC: medula, tronco cerebral e córtex motor. Esta degeneração resulta em uma variedade de sinais e sintomas (Tabela abaixo).

ESTÁGIOS DA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

É importantíssimo que fisioterapeutas que atendem pacientes com doenças neuro-degenerativas conheçam a história natural da patologia. Mesmo que se trate de uma doença incurável, prever as complicações e ser capaz de elaborar um plano de tratamento levando em consideração a evolução da doença traz um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. 

Sinaki e Mulder, em 1978, foram os primeiros autores a descrever o curso natural da ELA como composto de 6 etapas. Estes estágios são baseados na perda progressiva da função muscular do tronco e extremidades e são apresentados a seguir:

ESTÁGIO I

Características:
Independência funcional preservada, fraqueza muscular com mudanças na resistência. Apoio psicológico e continuidade das atividades físicas normais é recomendada.
Comentários:
Nas primeiras fases da doença o paciente é independente em termos de mobilidade e Atividades de Vida Diária (AVDs). Um grupo específico de músculos apresenta-se discretamente fraco, o que pode se manifestar como uma limitações no desempenho das atividades ou na resistência, ou em ambos.
A terapia consiste na orientação de paciente e cuidador, com relação a conservação de energia, a modificação da casa e local de trabalho e apoio psicológico. O paciente é aconselhado a continuar as atividades físicas normais. Nesta fase podem ser prescritos exercícios ativos de amplitude de movimento e alongamento, exercícios de fortalecimento dos músculos não afetados com carga baixa a moderada e atividades aeróbicas (por exemplo, natação, caminhada, ciclismo) em níveis submáximos.

ESTÁGIO II

Características:
Envolvimento da musculatura distal, sendo indicado em alguns casos o uso de órteses. São mantidas as mesmas condutas do estágio I, porém acrescentando o condicionamento cardiopulmonar e neuromuscular e treinamento físico-funcional.
Comentários:
O paciente tem fraqueza moderada em alguns grupos musculares. O principal objetivo da intervenção é avaliar a necessidade de equipamentos e dispositivos para auxiliar os músculos fracos. O paciente deve ser encorajado a manter os exercícios de alongamento, de amplitude de movimento, fortalecimento dos músculos não afetados e atividades aeróbicas. Além disso, o paciente e os cuidadores são orientados na realização de exercícios assistidos de amplitude de movimento para evitar contraturas.

Ao projetar um programa de exercícios de fortalecimento para um paciente nos estágios I e II, o terapeuta deve buscar o equilíbrio nas atividades, tomando cuidado para não causar fadiga por uso excessivo e nem deixar que a atrofia por desuso se instale. Em outras palavras: não é 8 e nem 80! Evidências, em pacientes com outras doenças neuromusculares, indicam que exercícios de resistência com muitas repetições ou com carga excessiva podem causar perda permanente da força em um músculo afetado. Por outro lado, a redução acentuada no nível de atividade secundária a ELA, pode levar ao descondicionamento cardiovascular e fraqueza por desuso (como eu disse: nem 8 e nem 80).

Apesar de ganhos funcionais como resultado de exercício ainda não terem sido formalmente determinados, alguns resultados sugerem que programas de exercícios pode ser fisiologicamente e psicologicamente benéfico para pacientes com ELA. Por isso, existem autores que defendem a inclusão de exercícios de fortalecimento e resistência muscular, quando tolerados, particularmente nos primeiros estágios da doença. Os doentes são aconselhados a não realizar nenhuma atividade até o ponto de fadiga extrema (ou seja, incapacidade de realizar atividades diárias após o exercício devido à exaustão, dor, fasciculações ou cãibras musculares)

ESTÁGIO III

Características:
Limitações funcionais moderadas e maior suscetibilidade à fadiga. Os pacientes necessitam de cadeiras de rodas e podem usar órteses para os braços.
Comentários:
O paciente ainda é capaz de deambular, no entanto fraqueza em determinados grupos musculares pode resultar em queda do pé (fraqueza dos tibiais) ou uma mão marcadamente fraca. O paciente pode não ser capaz de levantar-se de uma cadeira sem ajuda. No geral, o paciente pode apresentar limitação funcional leve a moderada Nesta fase, como em todas as outras fases, o objetivo é manter o paciente fisicamente independente. Órteses podem ser necessárias para diminuir o gasto de energia e melhorar a segurança e mobilidade do paciente. Os pacientes podem começar a relatar peso e fadiga ao manter a cabeça erguida por longos períodos. Neste caso, os pacientes podem se beneficiar de um colar cervical macio. Para evitar a exaustão, uma cadeira de rodas pode ser necessária quando viajar longas distâncias.

ESTÁGIO IV

Características:
Este é o início de uma fase mais grave, com alterações nos membros inferiores. Continuação dos exercícios do estágio 2, com o acréscimo de exercícios que visam prevenir a contratura muscular e orientação sobre o posicionamento quando deitado.
Comentários:
O paciente neste estágio tem fraqueza grave das pernas e envolvimento dos braços. Assim, o paciente utiliza uma cadeira de rodas e pode ser capaz de realizar as AVDs. Mantém-se a orientação de exercícios passivos e assistidos para evitar contraturas. Exercícios de fortalecimento e ativo-livres de todos os músculos não-envolvido devem ser continuados. Dado que a mobilidade geral diminui, a necessidade de instrução para inspecionar a pele para áreas de pressão aumenta, sendo recomendado cuidados especiais para se evitar o desenvolvimento de úlceras de pressão.

ESTÁGIO V

Características:
dependência funcional demandando exercícios de alongamento e terapia manual para reduzir as dores musculares e articulares, espasticidade e fasciculação muscular. A estimulação elétrica e hidroterapia auxiliam com a instabilidade, assim como o uso de órteses.
Comentários:
Esta fase é caracterizada por fraqueza progressiva e deterioração da mobilidade e resistência. Os músculos do braço podem apresentar fraqueza moderada ou grave. O paciente torna-se incapaz de se mover-se na cama; Assim, a troca de decúbito freqüente e os cuidados com a pele tornam-se fundamentais. A dor pode se tornar um grande problema, podendo ser causada pela hipomobilidade, contraturas, espasticidade, ou mesmo instabilidade articular. Os pacientes podem ser incapazes de manter a cabeça erguida por períodos prolongados. Assim, um colar semi-rígido é apropriado nesta fase da doença.

ESTÁGIO VI

Características:
Este é o estado máximo de dependência. Os pacientes são por vezes imóveis, com envolvimento do sistema respiratório. A Fisioterapia cardiopulmonar é de grande importância nesta fase, assim como as alterações na postura e um programa de atendimento domiciliar. As técnicas fisioterapêuticas de Estágios 1 e 2 deve ser continuadas
Comentários:
O paciente agora necessita de assistência máxima com as AVDs. Tornam-se cruciais os cuidados com úlceras de pressão e a prevenção da estase venosa nas pernas. A gestão da dor continua a ser importante. A incapacidade de sustentar a cabeça devido a fraqueza dos músculos extensores do pescoço podem se tornar um grande problema. Desconforto respiratório progressivo desenvolve-se nesta fase, sendo necessária a fisioterapia respiratória e o uso de aspiradores para eliminação de secreções pulmonares. As metas neste estágio são semelhantes aos de cuidados paliativos: para atender às necessidades do paciente e seus cuidadores. Exercícios de respiração profunda, técnicas de tosse assistida e técnicas de desobstrução das vias aéreas são recomendadas para tratar problemas respiratórios agudos ou crônicos.

Esta divisão em estágios pode ajudar os fisioterapeutas a identificar a fase clínica da doença, bem como facilitar a indicação correta de exercícios e orientação, a fim de retardar a complicações como a contratura muscular, dor e problemas respiratórios.

Piemonte e Ramirez  também sugeriram três etapas classificação para a dependência funcional (independente semi-independente e independente), juntamente com a especificação conduta fisioterapêutico para cada fase. Estes autores também recomendaram exercícios diários ministrados aos pacientes e cuidadores no ambulatório. As três fases foram descritos como se segue:

Fase Independente:
Capacidade motora está preservada, com paciente sendo capaz de deambular e realizar atividades diárias normais. Há uma ligeira redução da força muscular e da suscetibilidade à fadiga. Os principais objetivos são manter o funcionamento motor estável por tanto tempo quanto possível, para evitar retrações musculares e deformidades articulares, reeducação postural e orientações sobre o uso de órteses.

Fase semi-independente:
Os indivíduos apresentam dificuldade na realização de atividades diárias e o uso de cadeiras de rodas é necessário. Este é o início do envolvimento do sistema respiratório, com dispnéia durante o esforço moderado. Alongamento, fortalecimento muscular, exercícios de postura do tronco e exercícios respiratórios são recomendados. Estes procedimentos aumentam a flexibilidade, reduzem cãibras, fortalecer a musculatura e melhoram a postura.

Fase Dependente:

Os pacientes necessitam de cuidadores para auxiliá-los na realização de atividades do dia-a-dia devido à evolução dos sintomas. Preservação da mobilidade articular com ênfase na região pélvica e escapular, a preservação ou melhoria no controle sobre o tronco e pescoço, treinamento respiratório e alterações posturais são recomendados.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Entenda o que é fibromialgia



Atualmente, a fibromialgia é encarada como uma forma de reumatismo, associada à sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso. “O paciente tem uma alteração na química cerebral, envolvendo neurotransmissores que regulam a sensação de dor e a capacidade de aliviá-la, como a serotonina, a noradrenalina, a substância P e o glutamato.

Por causa desse desequilíbrio, a dor, neles, é amplificada”, diz Heymann. Segundo as estimativas, a doença atinge até 5% da população mundial e é muito mais frequente no sexo feminino, numa proporção que chega a ser de cinco mulheres para um homem.



“Ainda não sabemos por que há tanta diferença entre os dois grupos. Mas uma das explicações é cultural: as mulheres expressam mais a dor, enquanto os homens não se sentem tão à vontade para isso”, diz o reumatologista Daniel Feldman, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Seja como for, as causas do problema ainda estão sendo pesquisadas. Por hora, há evidências de que a carga genética seja um fator capaz de aumentar a predisposição à doença. No entanto, fatores ambientais também têm peso.

“Em geral, há um acontecimento importante, na vida do paciente, que acaba funcionando como um gatilho para disparar os sintomas. Pode ser um trauma emocional ou físico”, afirma Feldman.

O diagnóstico certo

Alguns sinais físicos estão sendo cada vez mais importantes para subsidiar o especialista no momento de fazer o diagnóstico. Embora exames possam ser pedidos pelo médico — como radiografia, tomografia computadorizada etc. — até o momento nenhum deles é capaz de indicar, de forma isolada, a presença de fibromialgia.

“O mais importante é a experiência do profissional que avalia o paciente. Em geral, fazemos a palpação de vários pontos e, se a pessoa se queixar de dor em pelo menos 11 deles, então, teremos dados objetivos para fazer o diagnóstico” explica o reumatologista José Goldenberg, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Para Daniel Feldman, encontrar os pontos dolorosos não é o mais importante. “Basta que o paciente apresente dor difusa, e não localizada, por mais de três meses”, explica. Porém, se há um fator em que os especialistas concordam é sobre a importância de se trabalhar com outros sintomas comuns, como marcadores da doença.

E, com a ajuda dos médicos ouvidos nesta matéria, chegamos aos sete sinais mais frequentes da síndrome. Conheça-os a seguir:

Cansaço físico

Trata-se de uma fadiga inexplicável, que não é justificada pela execução de uma atividade física extenuante. Outro detalhe: em geral, a pessoa já acorda se sentindo cansada. “Presumimos que o cansaço seja o resultado da condição estressante a que está submetida essa pessoa, por causa da dor crônica de que sofre”, diz José Carlos Mansur Szajubok, o reumatologista do Hospital Servidor Público Estadual.

Distúrbios do sono

Quem sofre de fibromialgia, em geral, dorme mal. Pode apresentar insônia, intercalando períodos de descanso e vigília — despertando ao menor estímulo — ou ainda dormir a noite toda, porém, sentindo que o repouso não foi restaurador. “Esse quadro colabora para o aparecimento da fadiga e da sonolência diurna, queixa comum dos pacientes”, explica Szajubok.

Ansiedade e Depressão

Com consequência das dores crônicas, de um cansaço constante e de noites mal dormidas, as alterações de humor entre os pacientes não deveria surpreender. Mas a verdade é que ter um transtorno de ansiedade ou depressão associado à doença só agrava os sintomas. “A pessoa pode ficar sem motivação até para se levantar e, sem praticar exercício físico, as dores tendem a piorar”, diz Roberto Heymann. A baixa disponibilidade de serotonina no corpo também explica esses sintomas. Afinal, o neurotransmissor nos proporciona bem-estar.

Problemas de digestão

É muito comum que os pacientes apresentem sinais da síndrome do cólon irritável, relatando prisão de ventre (constipação) ou diarreia frequente ou mesmo os dois sintomas ao mesmo tempo. “Também é normal se queixarem de dores abdominais e dificuldades de digestão”, diz José Goldenberg. A relação entre uma síndrome e outra ainda não foi estabelecida. “A hipótese é de que o trato gastrointestinal das pessoas com fibromialgia seja mais sensível e mais propenso à irritação”, diz Heymann.

Dificuldade de memorizar

Sabemos que boa parte da fixação dos conhecimentos diários acontece durante o sono. E, como não dormem bem, os pacientes com fibromialgia podem ter mais dificuldade de guardar informações. Da mesma forma, manter a concentração durante o dia, para captar novos dados, também não é tarefa das mais simples para essas pessoas, cujo repouso não é capaz de recarregar as baterias.

Cefaleia

Variam de um simples desconforto a uma dor intensa, que acomete os pacientes de forma crônica. A tensão a que estão expostas essas pessoas poderia explicar a dor de cabeça. Mas há, ainda, outro problema que costuma ser relacionado ao sintoma. “É comum que as pessoas com fibromialgia tenham disfunção da articulação temporomandibular, o que causaria a dor de cabeça”, explica Goldenberg.

Rigidez no corpo

Muitas pessoas relatam o problema, normalmente depois de acordar ou de passar muito tempo sentadas. “Essa é uma característica de quem sofre de tensão constante e dorme mal. Além disso, como os pacientes sentem dor e estão frequentemente indispostos, acabam abrindo mão da atividade física. E, assim, perdem a flexibilidade. O desconforto se agrava com o sedentarismo”, diz Heymann.


domingo, 7 de dezembro de 2014

Dores nas pernas



As dores nas pernas são comuns em todas as faixas etárias. Elas podem ocorrer por excesso de esforço, problemas locais ou doenças sistêmicas. Confira abaixo quais são alguns dos motivos que causam as dores nas pernas:

Neuropatia periférica

Um amplo grupo de doenças, como o diabetes e aids, e o tratamento de algumas delas podem provocar alterações funcionais e estruturais do sistema nervoso periférico, que é constituído por nervos e gânglios cuja função é conectar diversas partes do corpo ao sistema nervoso central (também afetado por essas patologias). Quando essas vias são afetadas, o paciente sente dor intensa e contínua nas pernas, geralmente associada à sensação de formigamento e cansaço. A dor neuropática também ocorre por disfunções hereditárias, exposição a substâncias tóxicas, abuso no consumo de bebidas alcoólicas e deficiências nutricionais. É controlada por medicamentos e pelo tratamento da patologia.

Cãibra

A dor é resultado de uma fadiga muscular causada por uma forte e longa exigência física. É comum em pessoas que praticam algum esporte, que iniciam a atividade sem alongamento ou que têm a musculatura pouco preparada para um exercício mais intenso. As cãibras também podem ser provocadas pela desidratação, fator que diminui a taxa de alguns minerais importantes, como potássio, cálcio, sódio e magnésio. O mesmo processo ocorre com pessoas que utilizam medicamentos diuréticos. O desconforto deve ser tratado com repouso e adaptação dos medicamentos em uso. Pessoas que fazem atividades físicas devem manter-se hidratadas e priorizar uma dieta que reponha os minerais perdidos.

Inflamação nas articulações

Um indivíduo que tem as articulações inflamadas pode sofrer de dores nas pernas em decorrência do esforço intenso que ele realiza para poupar suas juntas acometidas durante a execução de alguns movimentos. Tal conduta provoca fadiga muscular e a perda da força. O tratamento é realizado por medicamentos anti-inflamatórios. A terapia consiste também no trabalho associado para o fortalecimento muscular e de recuperação dos movimentos por meio da fisioterapia. As dores nas articulações são provocadas por lesões e doenças autoimunes (como a artrite reumatoide) e infecciosas. Podem ocorrer em qualquer idade, porém são mais comuns entre adultos e idosos.

Mialgia ou dor muscular

Esse problema é causado por algum tipo de esforço físico acima da capacidade do indivíduo — de qualquer faixa etária. Também ocorre pela repetição de exercícios intensos, como em séries de musculação da perna executadas sem o intervalo mínimo de recuperação e descanso. Pessoas sedentárias podem ter episódios de mialgia. Como esses indivíduos têm a capacidade física limitada, qualquer esforço acima do normal desencadearia o desconforto. Quadros persistentes e sem cuidado especializado podem provocar processos inflamatórios, como tendinites e bursites. Inicialmente, o tratamento consiste em repouso da musculatura. A fisioterapia é indicada para mialgias persistentes com o objetivo de atenuar as dores e reabilitar os movimentos normais das pernas. A recuperação total consiste na ausência do sintoma em repouso e durante o movimento.

Problemas circulatórios

Ocorrem principalmente entre adultos, com prevalência em mulheres a partir dos 40 anos. Surgem associados às varizes nas pernas — veias que se tornam mais aparentes na parte posterior da perna e do joelho. Esses vasos sanguíneos podem apresentar inflamação, quadro denominado como flebite. Pele avermelhada (eritema), aquecimento da perna, inchaço, endurecimento e sensação de queimação ao longo das veias são outros sintomas associados. O tratamento medicamentoso é feito apenas com orientação médica. Pessoas com histórico familiar devem evitar ficar em pé ou sentadas por muito tempo e fazer exercícios pesados. Atividades físicas beneficiam a circulação sanguínea.

Relacionada à coluna

A compressão de nervos localizados na coluna lombar por uma hérnia de disco causa uma dor na região que se irradia para os membros inferiores. Pode ser limitante conforme o grau de compressão. Cansaço da perna, sensação de formigamento e perda de sensibilidade são sintomas associados. Ocorre principalmente na idade adulta e se relaciona com postura inadequada, obesidade e sedentarismo. O tratamento é feito com repouso e por terapias físicas e reeducação postural. Analgésicos e relaxantes musculares são prescritos para cessar ou atenuar casos de dores intensas.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A Fisioterapia e o brincar



A arte de brincar é encontrada na criança quase como algo inato, verdadeiramente espontâneo, absolutamente criativo. Ela manifesta-se na maioria das vezes através das brincadeiras.

Estudos já comprovaram a importância do brincar para o desenvolvimento sensório-motor e intelectual da criança, assim como sua importância no processo de socialização, no desenvolvimento e aperfeiçoamento da criatividade e auto-consciência. Tem também um importante papel na formulação dos valores morais. Estudos afirmam que “(...) brincar é um dos aspectos mais importantes na vida de uma criança e um dos instrumentos mais eficazes para diminuir o estresse”.

Ao brincar a criança libera sua capacidade de criar e reinventa o mundo, libera afetividade e através do mundo mágico do “faz-de-conta” explora seus próprios limites e parte para uma aventura que poderá levá-la ao encontro de si mesma.

A literatura tem registrado a superioridade da abordagem por meio da dramatização quando comparada com a unicamente verbal. Através da primeira, podemos nos comunicar com as crianças, informando-as de forma mais compreensível o tratamento da Fisioterapia e prepará-las para enfrentar situações novas.

A fisioterapia na área de pediatria tem como base a avaliação, o planejamento e a execução do programa, as orientações e as reavaliações periódicas. O início da fisioterapia geralmente ocorre por meio da avaliação, buscando identificar as limitações, as dificuldades, as alterações, as capacidades, os interesses e as necessidades de cada criança. A presença das atividades lúdicas deve ocorrer de maneira intencional e planejada pelo fisioterapeuta, durante os atendimentos. Fujisawa (2000) refere que a presença do lúdico na fisioterapia caracteriza-se como uma atividade-meio, ou seja, um recurso que tem como finalidade facilitar ou conduzir aos objetivos estabelecidos. Embora para a criança a atividade lúdica possa ser considerada como brincar, busca-se o alcance dos objetivos estabelecidos.

Estudos ressaltam que os brinquedos e os jogos são componentes essenciais no atendimento de crianças e que a sua utilização de maneira correta torna a fisioterapia eficaz.

Segundo Burns e Macdonald (1999), o brincar deve ser utilizado ao máximo, em todos os procedimentos, como uma estratégia útil para incentivar a participação da criança na realização das atividades desejadas na fisioterapia.

Dessa forma, os jogos e as brincadeiras podem estar presentes tanto na avaliação, quanto nos atendimentos de fisioterapia. Vale destacar que quando as atividades lúdicas são dirigidas pelo adulto com o objetivo de promover e potencializar a aprendizagem, surge a dimensão educativa.

Fonte: Blog Espaço Dom Quixote 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A Fisioterapia ontem e hoje



É comum ouvirmos comentários de como a Fisioterapia é uma profissão nova. E realmente esse ponto de vista não está errado. É realmente nova quando comparamos com a Medicina, por exemplo, que é muito mais antiga e proporcionalmente tem mais profissionais atuantes. Hoje, a Fisioterapia conta com um pouco mais de 170mil profissionais em todo o Brasil, enquanto a Medicina, 347 mil profissionais.

Mas quando o assunto é evolução, a Fisioterapia não fica atrás de muitas profissões antigas. Se compararmos os anos que a profissão tem, com as evoluções sofridas, a Fisioterapia não deixa a desejar.
Agentes importantes como o calor, frio, água, eletricidade e o toque foram observados pelo homem como finalidades terapêuticas desde os primórdios da humanidade.  Essa prática intuitiva e empírica foi transformando-se com o decorrer do tempo até atingir o que hoje se constitui a Fisioterapia.

Considera-se a profissão nova porque sua regulamentação aconteceu à pouco tempo. Mas se formos observar, a China registra obras de cinesioterapia em 2698 a.C., e a Índia, na mesma época, utilizava serviços respiratórios para combater constipação. A própria eletroterapia é antiga, Aristóteles em 381 a.C. utilizava o peixe elétrico nos tratamentos.

Quando os grandes conflitos bélicos aliados à evolução da farmacoterapia e dos procedimentos médicos começaram a produzir um número cada vez maior de pacientes, isto é, de sobreviventes e conseqüentemente de seqüelados, sendo na sua grande maioria amputados, sentiu-se a necessidade da formação de profissionais específicos para a área de reabilitação e assim nasceram os primeiros cursos de Fisioterapia. O primeiro curso que foi em 1902 em Kiel e a seguir em Dresden em 1918, ambos na Alemanha.

O primeiro curso de formação de técnicos em Fisioterapia surgiu em 1951. E em 1956, a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação cria o primeiro curso de Fisioterapia de nível superior do país, no Rio de Janeiro.

A década de 60 caracterizou-se por intensas mobilizações da categoria, mesmo que de forma centralizada no eixo Rio - São Paulo, e que culminou com o Decreto Lei nº 938, do dia 13 de Outubro de 1969 reconhecendo a profissão de Fisioterapeuta. Começava aí, uma profissão promissora e cada vez mais visada.

Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro, em 1956, o Instituto de Reabilitação de São Paulo, em 1958, e a Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (Fundação Arapiara), em 1962 foram as primeiras escolas de Fisioterapia do Brasil, antes mesmo da regulamentação. Mesmo sem saber exatamente o que era a Fisioterapia, muitos alunos ficaram interessados e ingressaram nesse curso.
Muitas faculdades vieram a investir nesse novo curso, vendo o crescente aumento de pessoas interessadas. Em muitos casos, nem os professores sabiam todas as matérias que o curso poderia englobar. A anatomia era ministrada de acordo com a formação do professor. Como não havia Fisioterapeutas para ministrar as aulas, a anatomia era dada por outros profissionais da saúde.

Outra importante evolução da profissão foi o tempo da faculdade, que antes de 1984 era apenas de 3 anos. Após 1984 passou a ser 4 anos, sofrendo uma boa  reestruturação da base acadêmica, deixando a faculdade mais apropriada à profissão. O 1º encontro nacional de Professores de Fisioterapia aconteceu em 1985, em Belo Horizonte.

O primeiro problema para os recém-formados em Fisioterapia era o pouco conhecimento da população para a área. Por isso, o emprego era escasso sendo quase obrigatório o Fisioterapeuta virar empreendedor, ou seja, montar seu próprio negócio.

A Fisioterapia ainda tem muito a conquistar. Atualmente, o trabalho de prevenção e a reabilitação conservadora estão cada vez mais requisitados e mais visados pelos pacientes. A Fisioterapia ainda vai evoluir muito se analisarmos rigorosamente o perfil populacional.

Fonte: Fisioterapia.com 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Tipos de Fibras Musculares



Os músculos contém uma combinação de diferentes tipos de fibras ; classificadas como fibras de contração rápida ou lenta.Existem três tipos diferentes de fibras musculares diferentes : Tipo I, Tipo IIA e Tipo IIB .

Cada tipo de fibra possui diferentes propriedades, e a maioria dos músculos esqueléticos contêm uma mistura de todos os três tipos de fibras, com proporção de um tipo maior do que as outras. Fibras do tipo I ou fibras musculares oxidativas de contração lenta, são encontradas em maiores quantidades em músculos posturais do corpo, como os músculos da parte supe-rior das costas e o sóleo .

As fibras são vermelhas devido ao alto conteúdo de mioglobina no músculo, possuem baixo tempo de contração e são adequadas para trabalho prolongado de baixa intensidade. Atletas que exigem alta resistência a fadiga geralmente tem uma quantidade mais alta de fibras de contração lenta .

Fibras de contração rápida (tipo II), são aquelas que se contraem rapidamente, e tem sua energia gerada do metabolismo anaeróbico . Essas fibras são ativadas durante a mudan-ça de ritmo e em atividades envolvendo paradas e partidas que dependem de movimentos poderosos a toda velocidade [4] .

HAMMIL et al, subdivide as fibras do tipo II em : fibras do tipo IIA,oxidativas–glicolíticas e fibras do tipo IIB, glicolíticas .

BRUNNSTROM, relatou que fibras do tipo II A corresponde a músculos vermelhos,conhecida  como fibras de contração rápida intermediária, porque pode sustentar atividades por longos períodos ou pode contrair-se com um disparo de força e então fadigam-se. Já a fibra branca, tipo IIB, proporciona rápida produção de força e fadiga-se rapidamente.

O terceiro tipo de fibra, o tipo IIB, é designado oxidativo rápido-glicolítico e é inter-mediário em características tais como número de mitocôndrias, tamanho, velocidade de contração e velocidade de fadiga.

As fibras de contração rápida levam apenas cerca de uma sétima parte do tempo necessário para as fibras de contração lenta alcançam uma tensão máxima, entretanto, em ambas as categorias existe ampla gama de tempo para ser alcançada uma tensão máxima.

Essa diferença de tempo para chegar a uma tensão máxima é atibuída às concentrações mais altas de miosina-ATPase nas fibras de contração rápida. Elas possuem também um maior diâmetro que as fibras de contração lenta, por causa dessas e de outras diferenças, em geral as fibras de contração rápida se fadigam mais rapidamente que as de contração lenta. Apesar de os músculos de contração rápida e lenta intactos gerarem aproximadamente a mesma quantidade de força isométrica máxima por área transversal de músculo, os indivíduos com alta porcentagem de fibras de contração rápida são capazes de gerar magnitudes mais altas de torque e de potência durante o movimento que aqueles com maior número de fibras de contração lenta.

Corredores de velocidade e saltadores, geralmente têm maiores concentrações de fibras de contração rápida, também são encontradas em altas concentrações nos músculos fásicos, como o gastrocnêmio . A maioria dos músculos, se não todos, contém os dois tipos de fibras, um exemplo é o vasto lateral que possui tipicamente metade de suas fibras rápidas e metades lentas.

Os músculos do tronco e dos membros humanos contêm várias proporções de fibras musculares de contração rápida e contração lenta em um músculo particular, variam de indivíduo para indivíduo.

É importante conhecer os tipos de fibras dos músculos, pois o tipo de fibra influi em como o músculo será treinado e desenvolvido, assim como quais técnicas serão mais ade-quadas para os indivíduos com tipos de fibras específica.

domingo, 23 de novembro de 2014

Um pouco da história da Fisioterapia



Napoleão Bonaparte acabou por contribuir indiretamente com o desenvolvimento dos primeiros serviços organizados de Fisioterapia no Brasil, ao invadir Portugal e fazer com que a família real portuguesa desembarcasse no país em 1808.

Com os monarcas, vieram os nobres e o que havia de recursos humanos de várias áreas para servir à elite portuguesa, de passagem por estas terras.

Dentre todas as contribuições do reinado, o surgimento das primeiras escolas de ensino médico destacam-se como a grandiosa obra dos portugueses no país, em particular os avanços obtidos na cidade do Rio de Janeiro.

No século XIX, os recursos fisioterápicos faziam parte da terapêutica médica, e assim há registros da criação, no período compreendido entre 1879 e 1883, do serviço de eletricidade médica, e também do serviço de hidroterapia no Rio de Janeiro, existente até os dias de hoje, sob denominação de "Casa das Duchas".

O médico Arthur Silva, em 1884, participa intensamente da criação do primeiro serviço de Fisioterapia da América do Sul, organizado enquanto tal, mais precisamente no Hospital de Misericórdia do Rio de Janeiro.

São Paulo não vai ficar atrás e o médico Raphael Penteado de Barros é fundador do departamento de eletricidade médica, no que hoje pode ser considerada a USP, nos idos de 1919.

Dez anos após, em 1929, o médico Waldo Rollim de Moraes coloca em funcionamento o serviço de Fisioterapia do Instituto do Radium Arnaldo Vieira de Carvalho.

Na década de 30, Rio Janeiro e São Paulo possuíam serviços de Fisioterapia idealizados por médicos que tomavam para si a terapêutica de forma integral, experimentando recursos físicos que outros médicos, à época, não ousavam buscar para minimizar as seqüelas de seus pacientes.

Esses médicos eram distintos dos outros por estarem preocupados não apenas com a estabilidade clínica de seu paciente, mas com sua recuperação física para que pudessem voltar a viver em sociedade, com iguais ou parecidas funções anteriores ao agravo da saúde.

Essa visão ampla de compromisso com o paciente, engajando-se num tratamento mais eficaz que promovesse sua reabilitação, uma vez que as incapacidades físicas por vezes excluíam-no socialmente, levou aqueles médicos a serem denominados médicos de reabilitação.

As faculdades de Medicina lhes eram úteis para embasar cientificamente sua prática médica, pelo acesso ao conhecimento adquirido pelos cientistas europeus sobre fisiologia humana e o emprego crescente dos recursos hídricos, elétricos e térmicos.

Através de trabalhos e apresentações de teses, criou-se uma cultura de atenção diferenciada às deficiências não apenas físicas, mas também mentais e sensoriais.

Esse foi um período valioso no sentido de tornar possível recuperar funções de seres humanos que, em período não muito distante, não tinham perspectiva de melhora das suas incapacidades.

2ª GUERRA MUNDIAL COMO FATOR DECISIVO DE DESENVOLVIMENTO

A 2ª Guerra Mundial tem como novidade o envolvimento direto do Brasil, com o envio de pracinhas para a frente de combate dos Aliados, diferentemente da 1ª Guerra.

Os reflexos dessa participação estão no desenvolvimento da Fisioterapia enquanto prática recuperadora das seqüelas físicas de guerra, com a modernização dos serviços de Fisioterapia no Rio de Janeiro e em São Paulo e criação de novos em outras capitais do país.

A modernização dos serviços, com o conseqüente aumento da oferta e da procura, vai levar a que os chamados médicos de reabilitação se preocupassem com a resolutividade dos tratamentos.

Com este objetivo, empenharam-se para que o ensino da Fisioterapia como recurso terapêutico, então restrito aos bancos escolares das faculdades médicas nos campos teórico e prático, deveria ser difundido entre os paramédicos, que eram os praticantes da arte indicada pelos doutores de então.

Assim, em 1951 é realizado em São Paulo, na USP, o primeiro curso no Brasil para a formação de técnicos em Fisioterapia, com duração de um ano em período integral, acessível a alunos com 2º grau completo e ministrado por médicos.

Homenageando o professor de física biológica da Faculdade de Medicina, que criou um serviço de eletrorradiologia na referida cadeira em 1919, o curso paramédico levou o nome de Raphael de Barros, formando os primeiros fisioterapistas (denominação da época).

Curiosamente, os cursos de Fisioterapia iniciam-se em São Paulo antes do Rio, apesar dos primeiros serviços terem se desenvolvido na antiga capital federal.

Só em 1952 é que a cátedra de Fisioterapia é retomada na Faculdade de Ciências Médicas do RJ e é criada, em 1954, a Associação Beneficente de Reabilitação (ABBR), que 2 anos depois ministra o curso de técnico em reabilitação.

Entidades como a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD), Lar Escola São Francisco e as Casas da Esperança surgem absorvendo esse novo conceito de assistência diferenciada, incorporando em seu meio os paramédicos dos novos cursos.

As primeiras turmas formam os que estarão nos consultórios e clínicas auxiliando os médicos, que prescreviam os exercícios com e sem carga, as massagens, o uso do calor, da luz, dos banhos e dos rudimentares recursos eletroterápicos disponíveis para a recuperação do paciente.

Afinal, o que representou a criação de um curso que formava técnicos no sentido mais restrito?

Diferentemente dos países da Europa (como na França, que em 1927 já possuía faculdade de Fisioterapia), no Brasil o ensino de Fisioterapia restringia-se a aprender a ligar e desligar aparelhos, reproduzir mecanicamente determinadas técnicas de massagem e exercícios, tudo sob prescrição.

Os primeiros profissionais eram auxiliares do médico, seus ajudantes de ordem; não possuíam os conhecimentos necessários para o diagnóstico, o funcionamento normal e patológico avaliação do corpo humano, nem os mecanismos de lesão e conduta terapêutica.

É curioso observar que, há pouco mais de 40 anos atrás, os primeiros profissionais não passavam de meros aplicadores de aparelhos, só dominavam a arte, não a ciência, e uma arte rudimentar, há anos-luz do que se pensa e se faz atualmente na forma de procedimentos fisioterapêuticos.

Podemos concluir que, para chegar ao status que chegou nos dias de hoje, a Fisioterapia teve que escalar muitos degraus.

A preocupação crescente com a qualidade do atendimento oferecido fez com que esses cursos paramédicos se ampliassem.

Em 1959, com a fundação do INAR (Instituto Nacional de Reabilitação), denominação influenciada pelo grupo norte-americano que veio a São Paulo, organizado pela seção latina da Organização Mundial de Saúde (OMS), o curso da USP foi ampliado para o período de 2 anos, embora não fosse ainda considerado de nível superior.

Quando o INAR transmuta-se para Instituto de Reabilitação (IR), em 1964, criam-se os cursos superiores de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional.

No Rio de Janeiro, à mesma época, a ABBR, mais tarde SUAM, teria cumprido papel semelhante ao da USP em São Paulo.


Fonte: Ebah

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Fisioterapia para a prevenção do infarto



Infarto agudo do miocárdio é o resultado final da interrupção do suprimento de sangue por obstrução (depósito de gordura) na artéria coronária do coração. Como conseqüência, o miocárdio (músculo do coração) entra em sofrimento, levando à morte dessa área cardíaca não-irrigada por sangue e oxigênio. Quanto maior o tempo da interrupção de irrigação sanguínea no miocárdio, maior será a extensão do seu comprometimento cardíaco. A formação desses depósitos de gordura sofre influência de vários fatores, podendo ser hereditário (predisposição genética) ou adquirido por meio de fatores de riscos como fumo, diabetes melito, hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, sedentarismo e obesidade.O infarto agudo do miocárdio é um evento patológico de elevados índices de morbidade e mortalidade, sendo considerada a principal causa de morte nos países industrializados.

Os sintomas mais comumente relatados são: dor no peito relatada como um peso, com intensidade variável, podendo irradiar para região cervical e/ou braço esquerdo. A dor é prolongada (30 min.) e não passa com repouso. Podem ainda ocorrer náuseas, vômitos, falta de ar, suor, palidez e fraqueza, podendo ser também assintomático (ausência de sintomas), comum em pacientes diabéticos.

Algumas pessoas relatam que sentiram desconforto em braços, pernas, costas e mandíbulas, além de síncopes (desmaios). Mediante esses sintomas, a pessoa deve procurar um pronto-socorro o mais rápido possível, para que sejam feitos exames complementares que identifiquem o grau e a extensão do infarto, tratando-o com mais eficiência e objetivando assim a recuperação e minimização das lesões cardíacas, com redução dos altos riscos de óbito.

A atividade física é um fator importante na prevenção primária e secundária do infarto agudo do miocárdio. Deve-se levar em conta que determinados exercícios físicos relacionados a fatores de riscos (tabagismo, obesidade, sedentarismo) e doenças (diabetes melito, hipertensão arterial, dislipidemias) diminuem a ocorrência do infarto agudo do miocárdio.

É necessário ressaltar a importância dos exames médicos e fisioterapêuticos em pacientes portadores de doenças com maior risco para ocorrência de um infarto do miocárdio e que se predispõem a iniciar o programa preventivo. Esses exames são de fundamental importância, pois o principal objetivo do programa preventivo é a atividade física regular que estará associada a dietas específicas. Os benefícios alcançados por meio do programa preventivo incluem a diminuição e controle da gordura no sangue, triglicérides (VLDL), LDL (colesterol ruim), obesidade; taxa de glicose sanguínea, hipertensão arterial e aumento do HDL (colesterol bom).

O programa aplicado pela fisioterapeuta (desenvolvido pelo American College of Sports Medicine), tem seu inicio a partir de condutas, como: mudança dos hábitos alimentares, abolição do tabagismo e estímulo de exercícios aeróbicos de moderada intensidade, por 30 minutos, todos os dias da semana. No caso da adoção deste Programa, a supervisão deverá ser diretamente realizada pelo fisioterapeuta para o controle dos sinais e sintomas e monitorização cardíaca e respiratória, seguido de acompanhamento médico periódico durante todas as fases do Programa.

Ainda sugiro que o indivíduo, na impossibilidade de freqüentar o programa específico de prevenção do infarto agudo do miocárdio, mas liberado para atividades físicas poderá praticar as seguintes atividades diariamente: caminhar durante 30 minutos, três vezes por semana, em superfície plana; pedalar em bicicleta fixa, sem resistência, por 30 minutos três vezes por semana; andar em esteiras na velocidade suave, sem inclinação, por 30 minutos três vezes por semana.

As atividades domésticas também entram na forma de exercício aeróbico como fortes aliadas na prevenção do infarto agudo do miocárdio, desde que não sejam empregadas com força física exagerada e não apresentem nenhuma contra-indicação médica e ou fisioterapêutica para o indivíduo. Alguns exemplos que poderão ser seguidos: lavar quintal, limpar as janelas, juntar folhas do jardim, varrer ou utilizar o aspirador de pó, lavar louça com troca do apoio entre o pé direito e esquerdo (use uma lista telefônica como apoio); passar roupas (seguindo as mesmas recomendações feitas para lavar a louça) e estender roupas no varal com elevação dos braços.

Outro bom início para a prevenção do infarto agudo do miocárdio, além das descritas acima, é deixar seu carro na garagem e caminhar, sempre que possível. Todas essas dicas são recomendadas, mas não se pode esquecer de associar hábitos alimentares saudáveis.

Fonte: Minha Vida

domingo, 16 de novembro de 2014

Salto alto: um perigo para a coluna das adolescentes



Elas vivem nas alturas. Mas pelo menos os pés deveriam ficar plantados no chão. Em vez disso, garotas cada vez mais jovens estão subindo no salto, e por períodos tão longos que já começam a sofrer os efeitos colaterais dessa forma, digamos vaidosa, de andar por aí. O flagrante foi da fisioterapeuta Patrícia Pezzan, professora da Pontifícia Universidade Católica de Poços de Caldas, em Minas Gerais.

Com o objetivo de analisar a influência do calçado na postura teen, a especialista acompanhou um grupo de 50 meninas entre 13 e 20 anos que se equilibram em saltos de 10 centímetros. “Nas clínicas de fisioterapia, notamos uma progressão de adolescentes com desvio e dores na coluna. Todas fãs de sapato alto. Como a queixa em mulheres adultas muitas vezes acontece devido à elevação do calcanhar, suspeitei da causa”, conta.

Para descobrir a resposta, Patrícia aplicou um questionário a 185 meninas. Descobriu que o modelo anabela é o preferido da moçada. “Cem por cento usavam esse apoio para ir ao shopping, cinema, balada e até à escola”, revela. Do time, 50 garotas foram consideradas usuárias crônicas do modelito porque desfi lavam com ele havia no mínimo um ano, três vezes na semana, durante quatro horas seguidas. Comparadas a outras 50 não adeptas do anabela, a blitz confirmou: o pisante tem feito as jovens curvar acentuadamente a região lombar, exagero que os especialistas chamam de hiperlordose. Elas também aproximam mais os joelhos entre si, deixando as pernas em formato de X.

Quando está no topo, a menina vira ainda mais o pé — para dentro, ao tocar no chão, e para fora, ao terminar a pisada. “Isso mói o joelho como um pilão porque a tíbia, osso da perna, roda para fora, mas o fêmur fica parado”, descreve o especialista em marcha Júlio Cerca Serrão, coordenador do Laboratório de Biomecânica da Universidade de São Paulo. “O esforço se propaga pelo quadril e a coluna se ressente com o tempo”, conclui.

A ortopedista paulista Cibele Réssio, uma das pioneiras a conferir as consequências desse símbolo de feminilidade, vai além na patrulha. “Não interessa se o salto é plataforma, anabela, quadrado ou agulha: a partir de 3 centímetros, ele já começa a causar alterações corporais. Se estamos falando de
adolescentes, elas vão antecipar essas deformidades e um problema que teriam aos 30, depois de muito sapato alto, terão logo aos 20”, calcula.

“Aos 13, 14 anos, ocorre o estirão de crescimento. As mudanças físicas são muito rápidas e a adolescente fica toda desajeitada porque ganha um novo corpo a cada dia praticamente. O salto complica esse aprendizado porque gera uma dificuldade a mais nessa adaptação”, explica Evandro de Souza Portes, diretor da região São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Antes de crucificar o salto, saiba que ele não é a único culpado pelo comprometimento da coluna. O estudo de Patrícia, que resultou em sua tese de mestrado recém-defendida na USP, foi apenas o primeiro passo. O próximo é verificar os outros fatores de preocupação. “A mochila pesada, o jeito de dormir, a posição em frente ao computador e o fato de que o sexo feminino possui uma maior inclinação da pelve são uma combinação explosiva”, define Serrão.

Se o desalinhamento postural já aconteceu e as dores chegaram, a fisioterapia pode corrigir a musculatura e aliviar o tormento. Mas, se a adolescente teve sorte e continua com a coluna no lugar, o jeito é prevenir, deixando o salto para eventos esporádicos. Para o dia a dia, um dos objetivos do pisante é não atrapalhar o movimento. Vamos repetir: não atrapalhar o movimento.

Caminhar é um ato complexo e sincronizado que envolve todo o aparelho locomotor. Ficar descalço seria o melhor jeito de facilitar a marcha. Mas, já que não combina com a vida moderna, é importante escolher o sapato mais adequado a tão nobre função. “O toque do calcanhar no solo provoca uma vibração intensa que é transferida pelos ossos, músculos e ligamentos e que se estende das pernas até a mandíbula”, explica Serrão. “Por isso, o solado não deve ser muito raso. Ele tem que amortecer o impacto”, ensina.

O ideal são solados de 2 a 3 centímetros acima do piso. E quer saber? Essa altura presta até um serviço para a circulação, como provou o cirurgião vascular João Potério Filho em seu artigo publicado na revista Angiology em 2004. “Ela induz uma contração da panturrilha que melhora o retorno de sangue para o coração e evita que a perna inche”, diz o especialista.

Cibele Réssio ainda recomenda: “A adolescente deve alternar salto com tênis, sapatilha de bico fi no com outra de fôrma quadrada. Tudo para não engessar a musculatura. E, em casa, para aliviar uma eventual dor, alongar a batata da perna. Basta levar as mãos até a ponta dos pés sem dobrar os joelhos”.

Fonte: Revista Saúde 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Por que encolhemos quando ficamos velhos?



Efeito da gravidade
Nossa altura diminui até 2 mm ao longo do dia, devido à gravidade. Durante o sono, hormônios como o GH, do crescimento, recuperam essa perda. Mas, com o tempo, essa regeneração enfraquece. E a mulher encolhe mais porque tem menos testosterona, hormônio ligado à manutenção da massa muscular.

Os discos
São estruturas flexíveis de cartilagem fibrosa, que compõem 25% da coluna vertebral. Eles servem para, entre outras coisas, absorver impactos e diminuir o atrito entre as vértebras. Ao longo da vida, perdem líquido e se achatam.

Os ossos
Outro causador da diminuição da coluna vertebral é o desgaste das próprias vértebras. Com o tempo, a parte superior desses ossos sofre alteração na densidade. Ou seja, eles ficam mais moles. E a pessoa, mais baixa.

Pés chatos
Lá embaixo, os ossos que nos sustentam são curvados. Mas eles se achatam com o tempo, assim como os discos. Até mesmo quem tem pés chatos já na juventude sofre essas consequências na velhice, mesmo que em menor escala.

Músculos
Perdemos massa muscular com o avançar da idade, o que dificulta uma postura correta (especialmente no abdômen, que ajuda a deixar as costas retas). Isso ocorre porque há um declínio natural nos níveis de hormônios anabólicos, que produzem nutrientes para armazenar energia e gerar tecidos. Esse desequilíbrio faz com que outro tipo de hormônio, os catabólicos, passem a enfraquecer nossos tecidos. E, assim, ficamos corcundas.

Fonte: Super Interessante

domingo, 9 de novembro de 2014

Fumar pode causar dor nas costas



O cigarro é sempre citado como um dos fatores de risco para doenças respiratórias, do coração (como infarto) e câncer (principalmente os de boca e os de pulmão). No entanto, dificilmente é relacionado com o aparecimento de dores nas costas.

Mas saiba que fumar acelera o aparecimento da hérnia de disco, um desgaste da estrutura da coluna existente entre as vértebras, semelhante a um amortecedor.

A fumaça do cigarro diminui a circulação sanguínea nos platôs sob o disco, evitando que os nutrientes cheguem ao local. O disco resseca, se desgasta mais facilmente e racha, explica João Luiz Pinheiro Franco, neurocirurgião e revisor científico do jornal Spine, a publicação internacional de maior prestígio sobre a coluna.

O problema é progressivo, ou seja, quanto antes o indivíduo começar a fumar, maiores suas chances de desenvolver o problema. Os sintomas iniciais são dores nas costas e um leve inchaço no local, que pode progredir.

“A hérnia pode ser incapacitante se tiver alterações neurológicas associadas. Se houver alteração da condução do nervo para perna, pode ter erro de condução para estímulo de músculo, atrofia e perda de sensibilidade”, alerta Ricardo Nahas, ortopedista do Hospital Nove de Julho.

Fatores de risco

Além do cigarro, obesidade, sedentarismo e herança genética são as características que predispõem o indivíduo ao desenvolvimento da hérnia de disco.

O desgaste nas estruturas da coluna começa naturalmente a partir dos 35 anos. Quem não apresenta nenhum desses fatores dificilmente terá a doença ou suas possíveis complicações. Mas basta que alguém na família tenha histórico do problema, para o risco chegar a 30%. Associado a qualquer um dos fatores acima, esse índice sobe para 50%.

“A predisposição genética é um fator poderoso. A pessoa pode ser magra e saudável e mesmo assim desenvolver um quadro doloroso”, afirma Nahas.

O tipo de trabalho e a carga exercida sobre a coluna também precisam ser analisados. Pessoas que trabalham carregando peso ou em qualquer função que exija da coluna estão mais propensas a apresentar o desgaste.

Prevenção e correção

É difícil prevenir a hérnia de disco em pessoas com forte predisposição genética. No entanto, vale a pena adotar um estilo de vida mais saudável. Exercícios físicos regulares e controle do peso são duas medidas simples que podem ajudar a retardar o aparecimento da hérnia ou até mesmo evitá-la.

Se ela já se instalou, o processo não pode ser revertido, mas os sintomas – principalmente as dores – podem ser contornados. A primeira medida é a melhoria na qualidade de vida. Fisioterapia ou reeducação postural são ferramentas essenciais nesse caminho.

“São tratamentos simples, mas que combatem o processo inflamatório na coluna”, afirma Franco.

"O tratamento inicialmente é clínico com medicação analgésica, anti-inflamatório e fisioterapia. Nos casos de dor muito intensa podemos realizar bloqueios analgésicos perto das raízes nervosas. Nos casos em que há falha desse tratamento ou quando além da dor há uma diminuição de força ou alterações importantes de sensibilidade, realizamos o tratamento cirúrgico", avalia Luciano Miller, ortopedista da Clínica Colunar.

Dores persistentes na coluna ou na perna por mais de três meses, que não melhoraram com os tratamentos chamados conservadores (fisioterapia e atividades físicas), fazem desse paciente o candidato perfeito para uma intervenção.

“Quando os sintomas passam a prejudicar a qualidade de vida do paciente e os outros métodos falharam, então é indicado um procedimento”, conclui Nahas.

"A descompressão do nervo é realizada por microcirurgia com o uso de microscópio e pequenas incisões, ou por meio de endoscopia que, em alguns pacientes, é realizada apenas com sedação e anestesia local. Com isso o paciente pode ter alta hospitalar no mesmo dia do procedimento", explica Miller.

Fonte: Minha Saúde 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A fisioterapia no esporte


Qualidade de vida e atividade física sempre caminharam juntas. Atualmente, as pessoas estão investindo cada vez mais em saúde e qualidade de vida por meio de diferentes práticas esportivas, dentre as quais podemos destacar as corridas de rua.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de pessoas que passaram a correr, procurando combater os males de um cotidiano estressante e sedentário. Porém, esse aumento na prática esportiva sem controle levou à maior incidência de lesões, as chamadas esportivas, que podem levar essas pessoas ao afastamento de suas atividades cotidianas. Entre as lesões mais comuns, podemos destacar as cãibras, tendinites, lesões musculares, lombalgias e canelites.

Em meio a esse cenário, a Fisioterapia surge como uma grande aliada, atuando na prevenção e reabilitação dessas lesões, bem como, das diversas lesões e patologias que acometem o sistema músculo esquelético (Aparelho Locomotor).

Dentre as funções do Fisioterapeuta Esportivo que atua com atletas de corrida, podemos destacar o auxílio durante a fase de preparação, quando o Fisioterapeuta, trabalha em conjunto com o preparador físico e treinador do atleta, realizando trabalhos de avaliação e correções posturais, avaliações quanto ao tipo de pisada do atleta e dessa forma sugerir mudanças e indicação do calçado mais adequado. Pelo conhecimento de Anatomia, Biomecânica, Cinesioterapia e Propriocepção, serão realizados trabalhos preventivos de reequilíbrio muscular, a fim de reduzir os riscos de lesões e dores, além de também evitar problemas e dores durante o treinamento e a prova.

Durante o evento esportivo o Fisioterapeuta vai assistir o atleta no que for necessário, auxiliando durante sua fase de aquecimento, e após a corrida, realizando desaquecimento, terapias para relaxamento muscular, e se necessário, alguma técnica Fisioterapêutica para dar início ao tratamento caso o atleta venha sentir alguma dor ou sofrer algum tipo de lesão.

Dica: Sempre que for participar de um evento esportivo procure a ajuda de uma equipe multidisciplinar com Médicos, Fisioterapeutas e Educadores Físicos. Esses profissionais em conjunto passarão todas as dicas necessárias para você conseguir todos seus objetivos esportivos com total segurança.

Fonte: Minha Vida