segunda-feira, 29 de abril de 2013

Dores na região cervical



Quem nunca sentiu dores na nuca ou teve um torcicolo? Sabe aquela famosa tensão sobre os ombros que aparece quase que constantemente no final do dia? Pois é, esses são sinais de que a região cervical pode estar sendo sobrecarregada.
Posições simples como ler na cama, andar e sentar no sofá para assistir televisão, se não realizadas de maneira correta, podem afetar a região cervical e até causar dores de cabeça.
Segundo estudos realizados em 2009 pela Sociedade Brasileira de Estudos da Dor, a cervicalgia atinge entre 30 a 50% da população anualmente, sendo que 15% apresentam alguma dor em região cervical ao longo da vida.  Um dos principais fatores que colaboram para elevação desses números é a permanência de longos períodos na frente do computador. A posição de estar sentado à frente do monitor exige uma flexão excessiva do pescoço, que é o responsável por equilibrar nossa cabeça e realizar os movimentos para dirigir a visão.
A cervical é a região mais móvel da nossa coluna e por isso sofre constantemente contrações que aumentam a tensão em todas as estruturas, principalmente as musculares. A dor desse processo pode ser irradiada para os membros superiores devido ao trajeto dos nervos braquiais.
Como evitar esse incômodo? Alongamentos diários auxiliam na redução da tensão gerada ao longo do dia. Tratamentos Fisioterapêuticos são excelentes recursos terapêuticos que têm como objetivo reeducar a postura, fortalecer a musculatura para diminuir a sobrecarga articular e melhorar a conscientização corporal para que as dores e, principalmente, as causas possam ser eliminadas do seu cotidiano.

Fonte: Blog Viver Bem

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Mochila é uma a vilã dos problemas posturais da criança



A mochila é um acessório utilizado no mundo todo, por todas as faixas etárias, para auxiliar no transporte de alguma coisa. As crianças, na fase escolar, as utilizam para guardar o material que será levado para a sala de aula: livros, cadernos, fichários, estojos e o que mais couber. Cada vez mais coloridas e cheias de estilo, elas são desfiladas pelas crianças geralmente penduradas em um só ombro.
E aí começa o problema. A criança está em fase de desenvolvimento, por isso é muito importante prestar atenção na forma como ela utiliza a mochila. O excesso de peso pode levar a uma postura errada e causar problemas ortopédicos graves que irão acompanhar essa criança até a fase adulta.
Para os pais fica o alerta. Ao comprar uma nova mochila, devem observar o peso, que na maioria das vezes, já vem descriminado na etiqueta. No mercado podem ser encontradas mochilas de 0,4 Kg a 1,5 Kg. Além disso deve-se ficar atento ao que será colocado dentro, de preferência, apenas o material que será usado naquele dia. A recomendação médica é para que ninguém, criança, adolescente ou adulto carregue peso superior a 10% de seu peso corporal. Um estudo bastante recente demonstrou que a maioria das crianças em idade escolar não seguem essa recomendação e transportam peso superior ao desejado.
O constante excesso de peso carregado, principalmente pelos escolares, pode causar vícios posturais, dores musculares, fadiga, sobrecarga estrutural (como hipercifose – aparência de corcunda ou escoliose – desvio lateral da coluna), deformidades ósseas e até problemas no crescimento. Para evitar essas alterações é importante seguir algumas recomendações:
- A borda superior da mochila deve estar no nível do ombro e a borda inferior deve estar na direção da região lombar;
- Livros e cadernos maiores devem ser colocados na parte central para ficar mais em contato com as costas do aluno;
- NUNCA utilizar a mochila apoiada em apenas um ombro. Distribuir o peso nas duas alças evita sobrecarregar apenas uma região da coluna e previne a instalação de um desequilíbrio muscular. De preferência, as duas alças devem ser largas e acolchoadas para reduzir o impacto da pressão nos ombros.
- Caso o aluno esteja inclinando o corpo para frente, pode ser um indicativo de que a mochila está muito pesada;
- O cinto abdominal, se utilizado, deve manter a mochila bem próxima ao corpo, evitando que o peso puxe o aluno para trás;
- Quanto menos detalhes a mochila tiver, melhor, pois será mais leve para transportar.

Fonte: Blog Viver Bem

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A partir de imagens do cérebro, cientistas conseguem medir a dor de uma pessoa


Pela primeira vez, pesquisadores identificaram um padrão neurológico que revela a intensidade da dor física que um paciente está sentindo


Pela primeira vez, cientistas foram capazes de reconhecer a intensidade da dor que uma pessoa está sentindo por meio de imagens de seu cérebro. Esse foi o resultado bem-sucedido de uma pesquisa conduzida na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Segundo os autores do estudo, o feito pode abrir caminho para que, no futuro, os médicos tenham acesso a testes capazes de avaliar com precisão a dor de seus pacientes. 
"Por enquanto, não há uma forma aceitável de medir a dor e outras emoções, além de perguntar a uma pessoa como ela se sente", diz Tor Wager, coordenador do estudo, que foi publicado nesta quinta-feira no periódico The New England Journal of Medicine. Para Wager, formas objetivas de fazer esse cálculo podem fornecer novas pistas sobre como o cérebro gera diferentes tipos de dor.
Tom Wagner/University of Colorado
A imagem mostra o padrão neurológico da dor física, que foi identificado em um estudo desenvolvido na Universidade do Colorado, Estados Unidos
A imagem mostra o padrão neurológico da dor física, que foi identificado em um estudo desenvolvido na Universidade do Colorado, Estados Unidos
Os autores da pesquisa realizaram exames de ressonância magnética em 114 voluntários ao mesmo tempo em que eles eram expostos a diversos níveis de calor em seus antebraços. A temperatura ministrada foi de moderada a quente. Os especialistas se surpreenderam ao descobrir que os sinais encontrados nos cérebros dos participantes quando eles sentiam dor eram transferíveis entre diversas pessoas, permitindo aos cientistas prever o quanto de dor uma pessoa estava sofrendo com 90% a 100% de exatidão. "Encontramos um padrão, por meio de múltiplos sistemas cerebrais, que diagnostica a intensidade de dor que uma pessoa sofre em resposta a um calor doloroso", diz Wager.
Dor emocional — Segundo os pesquisadores, embora estudos anteriores apontassem que a atividade mental diante de uma desilusão amorosa seja semelhante à de uma pessoa que experimenta a dor física, o novo trabalho mostrou que esse padrão cerebral de dor somente é válido para a dor física, e não emocional.
A equipe descobriu isso após selecionar participantes que haviam sofrido um rompimento amoroso recente e que ainda estavam se recuperando do sofrimento. Os autores, então, mostraram uma foto do ex-namorado(a) ou marido(a) dos voluntários e observaram se o padrão se repetia no cérebro deles, o que não aconteceu. Os pesquisadores também observaram que o sinal da dor diminuía nos cérebros dos pacientes que haviam sido tratados com analgésicos previamente.
Mesmo que a tecnologia ainda não esteja plenamente disponível, os pesquisadores esperam que, nos próximos anos, esse avanço possa levar ao desenvolvimento dos primeiros testes objetivos sobre a dor, ou contribuir para o estudo e o alívio da dor crônica. “Compreender as diferentes contribuições dos diferentes sistemas para a dor crônica e outras formas de sofrimento é um passo importante para entender e aliviar o sofrimento humano”, afirma Wagner.

Fonte: Revista Saúde

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O que NÃO fazer para emagrecer



Muitas pessoas começam aquele enorme esforço para atingir um objetivo praticamente universal: emagrecer. Como a maioria deve iniciar algum programa de atividade física, vou mostrar um estudo com resultados que no mínimo fazem pensar – na verdade repensar – sobre a eficácia dos métodos mais tradicionais.
Três dos mais renomados fisiologistas do mundo – Jack Wilmore, James Skinner e Claude Bouchard – testaram a eficácia do tradicional treinamento na “zona de queima de gordura”. Para isso, 40 homens e 37 mulheres com idade entre 17 e 63 anos realizaram sessões diárias de exercício em bicicletas ergométricas, por 50 minutos cada e em intensidade leve a moderada (70 a 75% da Frequência Cardíaca Máxima). Foram 20 semanas (5 meses) de treinos diários nas bikes. Em outras palavras, uma quantidade elevada de atividade física. Deveria então gerar um ótimo resultado, em termos de queima de gordura, correto? Abaixo, um resumo sobre os resultados tanto para homens como para mulheres após 20 semanas de treinamento:
Como se pode observar, os homens até emagreceram um pouco (cerca de 1 quilo de gordura), mas as mulheres praticamente não obtiveram redução (cerca de 300 gramas de gordura). Mesmo para os homens, este resultado pode ser considerado pouco expressivo já que estamos falando de quase uma hora de treino, todos os dias e por cinco meses. Este estudo foi realizado em 1998, ou seja, há algum tempo os especialistas apresentam programas mais atualizados e eficazes. É importante que os praticantes saibam que fazer o mesmo treino (ainda que em ótima frequência e quantidade semanal) todos os dias provavelmente trará um efeito pequeno para diminuir a gordura corporal.
A dica, portanto, é variar. Converse com seu professor sobre a possibilidade de uma proposta mais diversificada e acertada de treino para que você obtenha melhores resultados e talvez com menos esforço.
Alterations in resting metabolic rate as a consequence of 20 wk of endurance training: the HERITAGE Family Study. Jack H Wilmore, Philip R Stanforth, Louis A Hudspeth, Jacques Gagnon, E Warwick Daw, Arthur S Leon, DC Rao,James S Skinner, and Claude Bouchard. Am J Clin Nutr 1998;68:66–71.

Fonte: Renato Dutra - Site Revista Veja

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Pesquisa descobre nova relação entre consumo de carne vermelha e risco cardiovascular


Digestão do nutriente L-carnitina, presente na carne, resulta na produção de uma substância que aumenta riscos de entupimento dos vasos sanguíneos


Não bastasse a gordura e o colesterol, cientistas descobriram mais uma razão pela qual o consumo de carne vermelha aumenta o risco para doenças cardiovasculares. Segundo uma pesquisa publicada na edição desta semana da revista Nature Medicine, ao metabolizar uma substância abundante nas carnes vermelhas, bactérias do aparelho digestivo humano produzem uma substância que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais. Esse processo, por sua vez, desencadea uma reação inflamatória chamada de aterosclerose (entupimento dos vasos sanguíneos).
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Intestinal microbiota metabolism of L-carnitine, a nutrient in red meat, promotes atherosclerosis

Onde foi divulgada: periódico Nature Medicine

Quem fez: Robert A Koeth, Stanley L Hazen e equipe

Instituição: Cleveland Clinic, EUA

Resultado: Quando metabolizado pelas bactérias do intestino, a carnitina, um composto abundando em carnes vermelhas, produz uma substância chamada de TMAO. Essa substância é responsável por aumentar as chances de aterosclerose, caracterizada pela obstrução dos vasos sanguíneos — o que pode levar ao infarto.
Abundante nas carnes vermelhas, a L-carnitina é um nutriente natural do alimento. Ela também está presente em bebidas energéticas e pode ser consumida como suplemento alimentar, com a promessa de ajudar na queima de gordura e no emagrecimento mais rápido. Os resultados da pesquisa, porém, mostraram que um consumo excessivo da substância pode ser prejudicial à saúde. Não por conta da L-carnitina diretamente, mas de uma substância derivada dela, chamada TMAO (Trimethylamine N-oxide, ou, em português, N-óxido de trimetilamina).
Pesquisa — Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas demonstram que há uma relação direta entre a produção de TMAO e o risco elevado de doenças cardiovasculares. "Um risco que ainda não está totalmente quantificado, mas que “parece ser bastante significativo"”, segundo o autor principal do estudo, Stanley Hazen, do Departamento de Medicina Celular e Molecular da Cleveland Clinic, em Ohio.
“Há tempos já se sabe que há um fator de risco para doenças cardiovasculares associado ao consumo de carne vermelha. A presença das gorduras saturadas e do colesterol, no entanto, não são suficientes para explicar esse risco aumentado. "O que estamos mostrando nesse estudo é um novo mecanismo que ajuda a explicar por que esse risco existe"”, disse Hazen. “"Agora temos mais uma coisa para prestar atenção, e mais um mecanismo no qual podemos intervir na busca de tratamentos.”"
As análises foram realizadas com camundongos e seres humanos, incluindo comparações entre veganos, vegetarianos e onívoros. Os resultados indicam fortemente que, quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior o risco de desenvolver aterosclerose e outras doenças cardiovasculares. Isso porque o TMAO altera a maneira como o colesterol e os esteroides são metabolizados, e inibe um processo chamado “transporte reverso de colesterol”, o que resulta num aumento do acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias — mesmo que os níveis de colesterol circulante no sangue continuem normais. “"Talvez isso explique por que algumas pessoas desenvolvem aterosclerose mesmo sem ter colesterol alto”."

Fonte: Revista Veja

terça-feira, 9 de abril de 2013

Caminhar faz tão bem à saúde quanto correr


Segundo nova pesquisa, ambos os exercícios, embora sejam de intensidades diferentes, ajudam a controlar a pressão alta e o colesterol no sangue, além de reduzir o risco de doença coronariana e diabetes


Qual atividade física, entre a caminhada e a corrida, é melhor para o coração? Apesar de possuírem intensidades diferentes, os dois exercícios proporcionam os mesmos benefícios à saúde. Foi o que concluiu um novo estudo americano feito com mais de 45.000 pessoas. A pesquisa revelou que andar, assim como correr, é eficaz em diminuir o risco de hipertensão, diabetes e doença coronariana. Esse trabalho foi publicado nesta quinta-feira no periódicoArteriosclerosis, Thrombosis and Vascular Biology, que pertence à Associação Americana do Coração.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Walking Versus Running for Hypertension, Cholesterol, and Diabetes Mellitus Risk Reduction

Onde foi divulgada: periódico Arteriosclerosis, Thrombosis and Vascular Biology

Quem fez: Paul Williams e Paul Thompson

Instituição: Universidade da Califórnia, EUA

Dados de amostragem: 48.105 adultos que praticavam caminhada e corrida

Resultado: Caminhar pode ser tão benéfico à saúde quanto correr, no que diz respeito à diminuição dos níveis de colesterol no sangue, ao controle da pressão arterial e à redução do risco de diabetes e doença coronaria. 
"Comparar a caminhada e a corrida é ideal para testar os benefícios de atividades de intensidade moderada e alta, por esses dois exercícios envolvem os mesmos grupos musculares", diz Paul Williams, pesquisador do Laboratório Nacional de Berkeley da Universidade da Califórnia que coordenou o estudo. Para fazer essa comparação, ele levou em consideração os dados de 33.060 pessoas que praticavam corrida e de outras 15.045 que tinham a caminhada como principal atividade física. Esses participantes, a maioria na faixa dos 40 anos, foram acompanhados por seis anos, e os pesquisadores avaliaram a saúde deles em relação a níveis de colesterol no sangue, pressão arterial, diabetes e doença coronariana.
A comparação feita pela equipe foi estabelecida de acordo com a distância em que as pessoas caminhavam ou corriam — e, segundo a pesquisa, quanto maior a distância percorrida durante uma dessas atividades, maiores são os benefícios à saúde. Ou seja, o estudo sugere que o que importa não é o tipo de atividade física, mas o quanto se anda ou corre. "Além disso, quando uma pessoa, durante a caminhada, gasta a mesma quantidade de calorias que um indivíduo durante a corrida, os efeitos à saúde obtidos por ambos são comparáveis", diz Williams.
Bom para o coração — Os resultados do estudo também mostraram que, em comparação com ser sedentário, correr diminui o risco de hipertensão em 4,2%, enquanto caminhar diminui essa chance em 7,2%. Além disso, o risco de uma pessoa apresentar colesterol alto diminui em 4,3% se ela passar a correr e em 7% se ela começar caminhar. Ainda de acordo com a pesquisa, correr diminui o risco de diabetes e doença coronariana em 12,1% e 4,5%, respectivamente — caminhar, por outro lado, reduz essas chances em 12,3% e 9,3%.
Porém, os autores do estudo perceberam que as pessoas que praticam corrida, em média, percorrem o dobro da distância do que as que caminham, apresentando um nível de atividade física muito maior.
Segundo Williams, esses resultados são positivos pois, para muitos indivíduos, a caminhada é uma opção mais viável de atividade física. "As pessoas estão sempre procurando alguma desculpa para não se exercitar, mas agora elas sabem que precisam apenas fazer uma escolha simples para que protejam a saúde, que é entre correr ou caminhar", diz o autor.
Recomendações — Autoridades de saúde, como as americanas, por exemplo, recomendam que adultos de 18 a 64 anos pratiquem ao menos 150 minutos de alguma atividade aeróbica moderada ou intensa por semana. Fora isso, o órgão indica que os adultos também devem fazer musculação duas vezes por semana ou mais.

Fonte: Revista Veja

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Salto alto: um perigo para a coluna das adolescentes


O uso desse tipo de sapato talvez explique a crescente incidência de problemas posturais entre as jovens

Elas vivem nas alturas. Mas pelo menos os pés deveriam ficar plantados no chão. Em vez disso, garotas cada vez mais jovens estão subindo no salto, e por períodos tão longos que já começam a sofrer os efeitos colaterais dessa forma, digamos vaidosa, de andar por aí. O flagrante foi da fisioterapeuta Patrícia Pezzan, professora da Pontifícia Universidade Católica de Poços de Caldas, em Minas Gerais.

Com o objetivo de analisar a influência do calçado na postura teen, a especialista acompanhou um grupo de 50 meninas entre 13 e 20 anos que se equilibram em saltos de 10 centímetros. “Nas clínicas de fisioterapia, notamos uma progressão de adolescentes com desvio e dores na coluna. Todas fãs de sapato alto. Como a queixa em mulheres adultas muitas vezes acontece devido à elevação do calcanhar, suspeitei da causa”, conta.

Para descobrir a resposta, Patrícia aplicou um questionário a 185 meninas. Descobriu que o modelo anabela é o preferido da moçada. “Cem por cento usavam esse apoio para ir ao shopping, cinema, balada e até à escola”, revela. Do time, 50 garotas foram consideradas usuárias crônicas do modelito porque desfi lavam com ele havia no mínimo um ano, três vezes na semana, durante quatro horas seguidas. Comparadas a outras 50 não adeptas do anabela, a blitz confirmou: o pisante tem feito as jovens curvar acentuadamente a região lombar, exagero que os especialistas chamam de hiperlordose. Elas também aproximam mais os joelhos entre si, deixando as pernas em formato de X.

Quando está no topo, a menina vira ainda mais o pé — para dentro, ao tocar no chão, e para fora, ao terminar a pisada. “Isso mói o joelho como um pilão porque a tíbia, osso da perna, roda para fora, mas o fêmur fica parado”, descreve o especialista em marcha Júlio Cerca Serrão, coordenador do Laboratório de Biomecânica da Universidade de São Paulo. “O esforço se propaga pelo quadril e a coluna se ressente com o tempo”, conclui.

A ortopedista paulista Cibele Réssio, uma das pioneiras a conferir as consequências desse símbolo de feminilidade, vai além na patrulha. “Não interessa se o salto é plataforma, anabela, quadrado ou agulha: a partir de 3 centímetros, ele já começa a causar alterações corporais. Se estamos falando de
adolescentes, elas vão antecipar essas deformidades e um problema que teriam aos 30, depois de muito sapato alto, terão logo aos 20”, calcula.

“Aos 13, 14 anos, ocorre o estirão de crescimento. As mudanças físicas são muito rápidas e a adolescente fica toda desajeitada porque ganha um novo corpo a cada dia praticamente. O salto complica esse aprendizado porque gera uma dificuldade a mais nessa adaptação”, explica Evandro de Souza Portes, diretor da região São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Antes de crucificar o salto, saiba que ele não é a único culpado pelo comprometimento da coluna. O estudo de Patrícia, que resultou em sua tese de mestrado recém-defendida na USP, foi apenas o primeiro passo. O próximo é verificar os outros fatores de preocupação. “A mochila pesada, o jeito de dormir, a posição em frente ao computador e o fato de que o sexo feminino possui uma maior inclinação da pelve são uma combinação explosiva”, define Serrão.

Se o desalinhamento postural já aconteceu e as dores chegaram, a fisioterapia pode corrigir a musculatura e aliviar o tormento. Mas, se a adolescente teve sorte e continua com a coluna no lugar, o jeito é prevenir, deixando o salto para eventos esporádicos. Para o dia a dia, um dos objetivos do pisante é não atrapalhar o movimento. Vamos repetir: não atrapalhar o movimento.

Caminhar é um ato complexo e sincronizado que envolve todo o aparelho locomotor. Ficar descalço seria o melhor jeito de facilitar a marcha. Mas, já que não combina com a vida moderna, é importante escolher o sapato mais adequado a tão nobre função. “O toque do calcanhar no solo provoca uma vibração intensa que é transferida pelos ossos, músculos e ligamentos e que se estende das pernas até a mandíbula”, explica Serrão. “Por isso, o solado não deve ser muito raso. Ele tem que amortecer o impacto”, ensina.

O ideal são solados de 2 a 3 centímetros acima do piso. E quer saber? Essa altura presta até um serviço para a circulação, como provou o cirurgião vascular João Potério Filho em seu artigo publicado na revista Angiology em 2004. “Ela induz uma contração da panturrilha que melhora o retorno de sangue para o coração e evita que a perna inche”, diz o especialista.

Cibele Réssio ainda recomenda: “A adolescente deve alternar salto com tênis, sapatilha de bico fi no com outra de fôrma quadrada. Tudo para não engessar a musculatura. E, em casa, para aliviar uma eventual dor, alongar a batata da perna. Basta levar as mãos até a ponta dos pés sem dobrar os joelhos”.

Revista Saúde

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Os benefícios dos exercícios na água


Natação, hidroginástica e outras atividades físicas realizadas dentro da piscina são benéficas à mente e ao corpo. Escolha a sua

Correr, malhar e pedalar dentro d’água. Sim, isso é possível e está se tornando cada vez mais comum. Sobe a onda das atividades aquáticas que, devido à procura, tem se espalhado pelas academias Brasil afora. Essa crescente demanda se justifica: o exercício físico realizado dentro de uma piscina é benéfico à mente e ao corpo, sobretudo às articulações, que são poupadas de grandes impactos. "Isso porque a ação da gravidade é reduzida no meio líquido", lembra o ortopedista Arnaldo Jose Hernandez, do Hospital das Clínicas de São Paulo. 

Para ter uma ideia, se a água estiver no nível do ombro, é como se o peso do corpo diminuísse em 90% — e a gente fica leve feito uma pluma. "O resultado é uma menor sobrecarga nas pernas e nos braços, o que é ótimo para quem sofre com doenças articulares como artrite e artrose", diz o fisiatra Gilbert Bang, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. 

Os indivíduos com excesso de peso, problemas nos joelhos ou na coluna também podem desfrutar desse mergulho numa boa. Por falar em coluna, pesquisadores da Faculdade de Educação Física de Wroclaw, na Polônia, recrutaram 94 crianças de 8 a 13 anos, todas com escoliose, um desvio postural. Elas seguiram um programa que, além da tradicional natação, incluía exercícios de correção para a escoliose na piscina. Depois de seis meses, os especialistas constataram que houve uma melhora significativa no problema. É que malhar dentro d’água contribui para restaurar o equilíbrio e a estabilidade do centro corporal. 

Apesar de sua aparente fluidez, o meio líquido exerce uma força considerável sobre o corpo, que atua como uma resistência aos movimentos, trabalhando os nossos músculos por completo. "É como se estivéssemos fazendo séries típicas da musculação, com a vantagem de trabalhar toda a musculatura de uma vez só", compara Maurício Garcia, fisioterapeuta do Centro de Traumatologia do Esporte da Universidade Federal de São Paulo. E por causa dessa mesma resistência muitos dos exercícios aquáticos queimam mais calorias do que os realizados em terra firme. O gasto calórico médio pode variar de 260 a 700 calorias por hora — tudo depende do tipo de treino escolhido. 

Além de incinerar calorias, exercitar-se na piscina promove aquele relaxamento, sobretudo quando a água é aquecida. "A temperatura ligeiramente elevada dilata os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e, de quebra, o transporte de oxigênio para os tecidos", conta Ricardo Cury, ortopedista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Assim, a sensação agradável de calor chega mais rápido ao hipotálamo, lá no cérebro, o centro que interpreta os estímulos prazerosos. Sem falar que a atividade física por si só faz o organismo liberar endorfina, substância que alivia as dores e aumenta a disposição.

A água também produz um efeito massageador. "E essa espécie de massagem trabalha a consciência corporal e alonga os membros", atesta José Kawazoe Lazzoli, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Tudo isso combinado funciona como um petardo de bem-estar contra o estresse, a ansiedade e até a depressão. 

Além desse relax total, o esforço despendido na piscina fortalece o coração e melhora a função respiratória. "Quem mais ganha com isso são os portadores de doenças como hipertensão, asma e bronquite", opina o fisiologista Paulo Zogaib, médico do setor de medicina esportiva do Centro de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Mas, antes de banhar-se nesses benefícios, é aconselhável tomar alguns cuidados básicos. A avaliação médica é fundamental para verificar as potenciais restrições, como ferimentos de pele, infecções e osteoporose. "Nesse último caso, o problema está no baixo impacto, que impede a produção da massa óssea. O certo, aí, é optar pela corrida ou pela musculação no solo", orienta Camila Coelho Greco, coordenadora do curso de Educação Física da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro. Salvo essas exceções, as atividades aquáticas estão liberadas para qualquer um. Quando se mantém a frequência correta — no mínimo três vezes por semana, com aulas de 30 minutos a uma hora —, a melhora no condicionamento e o esvaziamento dos pneuzinhos podem ser notados após umas seis semanas. "Para não se desapontar com os resultados, basta elaborar um programa individualizado junto com o educador físico ou fisioterapeuta, conforme seu objetivo e capacidade física", recomenda Gilbert Bang. Daí, é só mergulhar de cabeça nessa onda! Para conquistar os benefícios de um exercício físico, nem é preciso suar a camisa.

Conheça as modalidades aquáticas que, de um jeito gostoso e eficaz, afastam os quilos a mais, as dores nas costas e até a pressão alta 

Hidroginástica Animada com muita música, essa ginástica na água pode ser de maior ou menor intensidade e realizada com ou sem o auxílio de equipamentos. É a atividade preferida das gestantes, porque relaxa, ajuda a combater as dores de coluna e aumenta a circulação nas pernas. No final das contas, isso tudo é capaz de garantir o desenvolvimento sadio do bebê e facilitar o parto. Gasto calórico: de 260 a 400 calorias por aula. 

Deep running É a corrida realizada em piscina funda e com um colete flutuador colocado ao redor da cintura. A correria na água melhora o condicionamento cardiopulmonar, desenvolve a agilidade, a coordenação motora e os reflexos. É utilizada para reabilitação e manutenção do condicionamento aeróbico e físico de atletas. Gasto calórico: de 400 a 600 calorias por aula. 

Hidrobike Atividade feita com bicicleta ergométrica, que simula na água manobras de ciclismo. Apesar de exercitar todo o corpo, concentra o trabalho nas pernas. Para praticar essa modalidade, é necessário o uso de sapatilha com solado emborrachado e bermudas com revestimento entre as pernas e na região dos glúteos para evitar dores devido ao atrito. Gasto calórico: 500 calorias por aula. 

Watsu Não é bem um exercício — é um shiatsu na água, em que se pressionam partes do corpo com os dedos. Por utilizar movimentos suaves — a pessoa flutua sustentada pelo instrutor — e ser realizada em uma piscina morna, é ideal para quem busca relaxar e minimizar o estresse e a ansiedade. O resultado é imediato. Gasto calórico: 180 calorias por aula. 

Cama elástica O aluno impulsiona o corpo dando saltos numa minicama elástica, o que desenvolve o equilíbrio e exercita principalmente os membros inferiores e a cintura. Para os iniciantes, vale usar o apoio das barras laterais da piscina ou materiais como pesinhos. Ideal para as pessoas que querem ganhar força muscular. Gasto calórico: 500 calorias por aula. 

Esteira na água Os benefícios da esteira subaquática são os mesmos da corrida em esteira comum, com a vantagem de não haver sobrecarga nos membros inferiores. O treinamento pode ser individualizado ou em grupo, simulando corridas por tempo ou distância. Gasto calórico: 700 calorias por aula. 

Em terra...

Corrida no solo… O risco provém do alto impacto do exercício — as articulações têm de suportar o equivalente a quatro vezes o peso do corpo. O esforço em excesso e a falta de alongamento podem provocar traumatismos nos joelhos e tornozelos. 

Abdominal no solo… É realizado sobre um colchonete. Também pode ser praticado em aparelhos próprios ou com pesos nos braços e pernas. Feito de modo incorreto, sobrecarrega a coluna, podendo comprometer a região lombar. 

Bike no solo… Pedalar em alta velocidade pode causar lesões no joelho. Com a ponta dos pés, sobrecarrega a batata da perna. Caso a mão fique por muito tempo na parte baixa do guidão, há cãibra na certa. E, se o selim estiver alto, a coluna será prejudicada.

Fonte: Revista Saúde