terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pilates: tratamento, atividade física ou modismo?


O método Pilates é, na sua concepção, caracterizado por utilizar em conjunto algumas aptidões físicas durante sua execução. Na sua prática, o aluno deverá aprender as seguintes habilidades: concentração, controle, o centro, movimento fluido, precisão e respiração.

Partindo disso, me questiono: como pode um método de atividade física que utiliza todos estes princípios (destrezas difíceis de serem executadas, principalmente por pessoas mais idosas) ser indicado para tudo? Como pode ser orientado por qualquer profissional?  Parece que ele veio para o Brasil para fazer mágica, se transformou de uma hora para outra na salvação de todos os sedentários, de todas as mulheres que não gostam de atividade física e, principalmente, como a solução das doenças do aparelho musculoesquelético. Hoje, é chamado de “chic” quem faz Pilates.

Me impressiona a quantidade de fisioterapeutas, médicos e profissionais de saúde em geral que falam e indicam o método Pilates como se fosse uma das melhores soluções para diversos problemas de saúde. Este “filme” parece com algo que já assistimos num passado bem recente. Quem nunca ouviu as mesmas promessas de exercícios como spinning, ginástica aeróbica, jump, step, natação e muitos outros?

Querem transformar uma atividade física em uma especialidade da saúde e colocar o nome Pilates acima de tudo e de todos. Parece até que as pessoas utilizam os aparelhos sozinhos, sem orientação, sem profissional, em qualquer equipamento ou ambiente. O importante é dizer que faz Pilates.

Meus colegas, amigos e pacientes, não devemos esquecer que existem princípios básicos para aplicação de todas as técnicas, como também em todos os negócios  estas normas devem ser seguidas e, antes de tudo, algumas perguntas devem ser respondidas pelos próprios profissionais que irão trabalhar com Pilates: em  quem deve ser aplicada a técnica? Quando ela deve ser utilizada? Aonde devemos praticar? Como utilizar e quanto cobrar? Qual é o tamanho do meu espaço? Quantos profissionais irão trabalhar comigo? Quantos alunos terei em cada aula?

Se todos fizessem estas perguntas antes de montar seus negócios ou começar a atender um aluno, com certeza haveria mais cautela na hora de empreender. Por outro lado, se todas as pessoas e pacientes soubessem que por traz do nome da técnica Pilates existem centenas de estudantes e profissionais que fizeram a “formação em Pilates” em um ou no máximo dois finais de semanas, com certeza esses alunos não estariam confiando ou se entregando de corpo e alma para este “modismo”.

Eu mesmo tenho parceiros e negócios com Pilates, mas deixo bem claro para todos que só montarei algum estúdio de Pilates se for com colegas que comunguem com os pré-requisitos necessários para o sucesso de qualquer empresa:  excelente ambiente de trabalho, profissionais especializados e com formação completa em Pilates, equipamentos de qualidade e seguros, foco em um segmento, pesquisa de mercado e preço cobrado pelo valor percebido. Procuramos falar que o nosso programa é de manutenção dos tratamentos médicos e fisioterapêuticos.

Gostaria que todos refletissem sobre este texto, nele vocês poderão encontrar os motivos dos insucessos da maioria dos estúdios de Pilates, assim como o caminho para abrir um negócio rentável e durável.

Cuidem dos seus nomes e da sua profissão. Sejam éticos com ambos e respeitem seus pacientes.

Fonte: Site Fisioterapia Manual

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